A diversificação de culturas agrícolas tem se mostrado um dos meios mais eficientes de manter a produção e a sustentabilidade de famílias de pequenos agricultores. Na propriedade do casal Raiane Silveira Santos (28 anos) e Mário Melo da Silva (33), localizada no Povoado Boa Hora, município de Itabi, a dinâmica de trabalho da pluralidade de cultivos, aliada à criatividade, tem dado um novo sentido à vida do casal, com o apoio essencial de políticas públicas diversas.
Com pouco mais de 11 tarefas, a propriedade de Raiane e Mário produz milho, feijão, palma, gliricídia, manga, banana, acerola e coco, além da criação de galinhas, para produção de ovos; bovinos de leite e suínos, estes últimos, adquiridos com recursos de fomento disponibilizados pelo Projeto Dom Hélder Câmara (PDHC); além de outras culturas que fazem a base econômica da família, e que vêm ampliando as chances de trabalho e renda. “Com esse apoio do Dom Helder e da Emdagro [Empresa de Desenvolvimento Agrícola de Sergipe], nós conseguimos fazer uma alimentação melhor, comprar material escolar para a nossa filha, comprar móveis para casa e, às vezes, até pagar uma consulta médica e outras coisas mais, tudo isso junto também com o nosso trabalho, pois, quem quer vencer tem que trabalhar”, ressaltou Raiane Silveira Santos.
Segundo afirma a agricultora, o Projeto Dom Helder Câmara trouxe, para a família, a oportunidade de concretizar um sonho que há muito tentava realizar. Com o fomento de R$ 2.400, a pequena família ampliou suas explorações, agora com a atividade de suínos, e adquiriu, inicialmente, quatro matrizes. “Antes, eu e meu marido construímos três pocilgas, mas não tínhamos condições de comprar os porcos porque as dificuldades no campo são muitas, mas, com as oportunidades geradas pelo projeto, hoje nossa propriedade é bastante produtiva e nos dá condições de comercializar leite, bacorinhos (suínos), ovos, frutas, verduras e aves, o que nos garante suporte financeiro para mantermos a segurança alimentar e nutricional de toda a nossa família”, revelou.
A metodologia participativa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater) implantada pelo Projeto Dom Hélder, a partir da execução das equipes da Emdagro, faz toda diferença no desenvolvimento dos produtores rurais atendidos, pelo estabelecimento de um processo educativo a partir de um conteúdo pedagógico que permeia todas as etapas do projeto. “Nunca é demais reforçarmos que quando nós, extensionistas, estabelecemos uma relação afetiva e de compromisso de trabalho com os agricultores e, ainda, quando apoiamos suas iniciativas, podemos ter a certeza de que homens e mulheres do meio rural, são capazes de formar uma base sustentável de desenvolvimento no campo, a exemplo do jovem casal Raiane e Mário”, destacou o Técnico da Emdagro, Sérgio Carlson Gomes de Sá.