Tecnologia possibilita sincronizar a ovulação das fêmeas bovinas, de modo que a inseminação acontece ao mesmo tempo para todas as vacas
A biotecnologia reprodutiva oferecida gratuitamente pelo Governo do Estado faz parte do programa de melhoramento genético do rebanho. Produtores contemplando com o programa, ano passado, mostraram as primeiras bezerras nascidas de inseminação artificial por tempo fixo (IATF). O programa é fruto de uma parceria da Confederação da Agricultura Familiar (Conafer), com a Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri), por meio da Empresa de Desenvolvimento Agropecuário (Emdagro). Essa tecnologia possibilita sincronizar a ovulação das fêmeas bovinas de modo que a inseminação acontece ao mesmo tempo para todas as vacas.
O secretário de Estado da Agricultura, Zeca Ramos da Silva, disse que o programa é direcionado para pequenos produtores que precisam do apoio do governo para melhorar a qualidade do rebanho. “O uso dessa tecnologia traz vantagens para os produtores, ao reduzir o tempo de trabalho nas propriedades rurais. Além disso, garante qualidade para o animal. A prova genética é comprovada, sabemos de onde vem o animal. Temos animais mais produtivos, e qualidade na carne, e no leite”, destacou o secretário.
De acordo com a zootecnista da Emdagro, Diana Garcez, os produtores inscritos e selecionados recebem orientação de técnicos da Emdagro, que enviam a documentação para a Conafer. Após constatarem adimplência em termos de vacinação e outras responsabilidades com a sanidade dos animais, os técnicos entram em contato com os produtores para realizar o agendamento. “Para isso, 30 dias antes do procedimento, os produtores devem retirar o touro, e não podem fazer nada que gere estresse nos animais, e que interfira nos resultados de inseminação”, explica Garcez.
Segundo ela, o processo engloba algumas etapas nomeadas D e número, que correspondem ao número de dias de todo o procedimento. “No dia D0, que corresponde ao primeiro dia do agendamento, o veterinário faz uma avaliação ginecológica nas fêmeas, e aplicação da esponja dos hormônios progesterona e estradiol”, explica a coordenadora. E continua, “No D8, o profissional retorna, retira a esponja e aplica outro hormônio”.
No dia da inseminação, ou D10, os hormônios são aplicados para que as vacas entrem no cio de forma sincronizada. Após 45 dias, o diagnóstico gestacional é feito. “Nesse dia, já esperamos um resultado de que pelo menos metade das vacas estejam prenhas”. No entanto, ela explica que o produtor que ficou com metade das vacas sem emprenhar, têm a oportunidade de fazer um novo protocolo e ressincronizar os animais.
A médica veterinária e coordenadora de Pecuária da (Emdagro), Izildinha Dantas, explica que o programa é contínuo e pretende inseminar cerca de três mil matrizes por ano. “O programa, que começou em 2022, tem duração de quatro anos e é rotativo. E os primeiros bezerros já começaram a nascer, o que deixa os produtores satisfeitos”, comemora.
Até o momento, 181 matrizes foram cadastradas, sendo que 64 delas já foram protocoladas. Alguns produtores de Glória já foram contemplados com o nascimento das bezerras, sendo sete machos e sete fêmeas; em Porto da Folha quatro machos e três fêmeas; já em Itabi nasceram dez fêmeas e 12 machos.