Rizicultores de Ilha das Flores aprendem técnicas de armazenamento de arroz

O armazenamento e a comercialização do arroz no período pós-colheita foram discutidos entre rizicultores do povoado Serrão, em Ilha das Flores, técnicos do Projeto de Negócios Rurais para Pequenos Produtores (Projeto Dom Távora) e da Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro) na última terça-feira, 09. Alternativas de escoamento da produção também entraram em debate, para fomentar a geração de renda no Baixo São Francisco.

 

Na associação de 30 famílias de rizicultores está um dos 132 planos de negócios beneficiados pelo Projeto Dom Távora, executado pelo governo de Sergipe e cofinanciado pelo Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (Fida). No Serrão, R$ 144.210,39 foram investidos na construção de um armazém com capacidade para 25 mil sacas de arroz e um pátio de secagem em anexo. Também foram adquiridas grade de arado, enxada rotativa e uma carreta agrícola.

O técnico da Emdagro, Esdras de Oliveira, explica que, para a conclusão do empreendimento agrícola, serão aplicados cerca de R$ 16 mil, com os quais se pretende construir um cercado em tela no secador de arroz e ampliar um antigo galpão para guardar implementos. No encontro desta semana, segundo ele, foi possível especificar questões ligadas à secagem, justamente para permitir o armazenamento. “O pessoal já está bem orientado sobre isso. Os pais e os avós já produziam antes deles, e já têm esse conhecimento. Nós viemos reforçar essas técnicas”, complementou Esdras.

 

O presidente da Associação de Rizicultores do Povoado Serrão, Anilton Gomes, considerou o encontro positivo. De acordo com ele, antes do Dom Távora os produtores locais não recebiam apoio na época da secagem dos grãos. “Antigamente não tinha como armazenar o arroz produzido, mas, a partir de agora, se tivermos dificuldades com a comercialização, poderemos fechar o produto, secar, guardar e vender com um preço melhor”, ponderou.

 

Também presente na reunião, o diretor de Assistência Técnica e Extensão Rural da Emdagro, Esmeraldo Leal, afirmou que a empresa vem acompanhando e assistindo os beneficiários do projeto Dom Távora, ao longo da sua execução. “Discutir o próprio processo de comercialização é fundamental para que a gente tenha não só a agricultura familiar, que é o foco, mas uma região forte. Nós estamos no Baixo São Francisco, que é uma região muito carente. Cada grupo que dá certo fortalece a região e fortalece o Estado como um todo”, pontuou.

 

Comercialização

 

A comercialização da produção de arroz foi um dos pontos de destaque na reunião. Wagner Aragão, assessor no Dom Távora pela Emdagro, afirmou que é preciso ter a visibilidade da cadeia, que engloba produção, processamento, comercialização e segurança alimentar. “Não adianta só o produtor enxergar da porteira para dentro, se depois ele não ficar conectado com os mercados. Precisa se organizar bem, vender seus produtos a preços dignos para, assim, conseguir manter a sua vida social”, avalia o engenheiro agrônomo.

 

O rizicultor Valter Pereira calcula que, na próxima safra, já com o armazém construído no início da colheita, o rendimento do arroz será maior. “Esse empreendimento tem grande importância econômica pra gente porque, com esse galpão, temos como guardar um lote de arroz mais caro, o que significa que teremos um dinheiro a mais para, na próxima safra, ter mais lucro. Vamos iniciar a safra sabendo que temos onde guardar o arroz para poder trabalhar melhor o preço. E arroz seco é melhor, mais fácil de trabalhar, porque o fabricante entende que o produto já está pronto para beneficiar”, concluiu o produtor rural.

Texto/Foto: Fernando Augusto
*Matéria publicada no JornaldaCidade.Net

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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Última atualização: 2 de janeiro de 2020 09:27.