A pecuária leiteira possui importante papel no desenvolvimento da economia sergipana. Responsável por 62% da produção de leite no estado, dez municípios do Alto, Médio Sertão e Agreste Central se destacam pela elevada capacidade produtiva, mesmo enfrentando a instabilidade climática decorrente dos longos períodos de estiagem. Isso se deve não só à constante busca por tecnologia em manejo e investimentos em genética feitos pelos produtores, mas também aos programas de sanidade animal quem mantém em alta a saúde e a credibilidade dos rebanhos em Sergipe.
O Estado é destaque nacional quando o assunto é sanidade. Ações como o controle e combate à Febre Aftosa, Brucelose, Tuberculose, Raiva, entre outras doenças, conferem confiança ao ‘ouro branco’ sergipano e seus derivados na hora da comercialização. De acordo com Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro), isso embasa o esforço do governo em manter o Estado com o status internacional de ‘zona livre da Febre Aftosa’, doença mais nefasta da pecuária de qualquer país. Uma vez identificada, ela inviabiliza exportações, já que os estados brasileiros integram Circuitos Pecuários, e um problema desse porte em um deles atinge diretamente todos os outros.
Mas, o poder público não conseguiria manter essa chancela há 23 anos sem que os próprios criadores entendessem a sua importância, considerando que vivem da cadeia produtiva do leite. Missão cumprida com sucesso, na avaliação da Emdagro. “Uma doença como a Febre Aftosa põe em risco não só criadores, mas também a economia do Estado como um todo, já que prejuízos incalculáveis provocariam um efeito em cascata sem precedentes, cuja reversão demandaria muito tempo, trabalho e dinheiro”, avalia Salete Dezen, diretora de Defesa Animal da Emdagro.
Natural de Nossa Senhora da Glória, Marcelo Barreto é um exemplo de como os produtores sergipanos absorveram a cultura da manutenção da sanidade nos rebanhos. “É importante demais para todos os produtores do estado, e nós temos essa consciência. Ainda ontem me alegrei quando um amigo mandou foto de uma manteiga produzida por um laticínio de Glória comprada por ele lá no Rio de Janeiro. Quando ele postou no Instagram, muita gente de lá disse que o preço é maravilhoso e o produto é ‘top’”, contou o produtor do Alto Sertão.
Na sua avaliação, se não houvesse qualidade e sanidade no leite que originou aquela manteiga, não haveria possibilidade de os produtos sergipanos chegarem tão longe. “Teríamos que limitar a venda ao mercado interno e nós, produtores, não teríamos canal de escoamento da produção. Então, todos sabemos que, a cada dia que passa a gente consegue ser melhor remunerado por conta da sanidade do rebanho”, concluiu Marcelo Barreto.
Outra importante conquista e que contribuiu para manter a sanidade animal dos rebanhos sergipanos e aquecer economia do Estado foi a Certificação Internacional de Área Livre da Peste Suína Clássica sem vacinação – status que beneficiou um importante setor na cadeia produtiva do Estado em 2016, e proporcionou aos criadores melhores mercados. Segundo a Emdagro, no Nordeste, apenas os Estados de Sergipe e Bahia possuem essa certificação, credenciando-os a comercializar para o restante do país.
“Nós não ficamos atrás de nenhum outro estado brasileiro quando o assunto é sanidade dos nossos rebanhos. Sergipe se destaca nacionalmente, inclusive, pela sanidade avícola, obtendo o reconhecimento nacional de área livre da Newcastle e da Gripe Aviária. Esse status garante a Sergipe um plantel capaz de abastecer toda a demanda local e isso se deve à estrutura de defesa agropecuária desenvolvida pelo governo do Estado”, concluiu a diretora de Defesa Animal e Vegetal da Emdagro, Salete Dezen.
Última atualização:
22 de fevereiro de 2019 08:45.