Técnicos da Emdagro participam de intercâmbio técnico na Ceplac sobre cacauicultura


No período de 15 a 18 de outubro, uma equipe composta por quatro técnicos da Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro) participa de um intercâmbio técnico na Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac), no município de Ilhéus, Bahia. O objetivo do intercâmbio é promover a capacitação dos profissionais sergipanos sobre o sistema de produção do cacaueiro, oferecendo tanto informações teóricas quanto práticas de campo.

O evento faz parte de um acordo de cooperação técnica firmado entre o Governo do Estado de Sergipe, por meio da Secretaria de Estado da Agricultura (Seagri) e da Emdagro, e a Ceplac. Este acordo visa à transferência de tecnologias para impulsionar a cacauicultura sergipana, abrangendo desde os sistemas de produção até o beneficiamento da amêndoa de cacau e seus subprodutos, como mel, polpa, nibs e chocolate artesanal.

A expansão da cultura do cacau em Sergipe tem sido uma prioridade do governo estadual, que, através da Seagri/Emdagro, vem distribuindo mudas e oferecendo assistência técnica para incentivar novos e atuais produtores. A capacitação dos técnicos da Emdagro é um passo fundamental para garantir o suporte técnico necessário à cadeia produtiva do cacau no estado.

Entre os temas abordados no intercâmbio, destacam-se técnicas como a enxertia em clones de alta produtividade, plantio de cacau a pleno sol, nutrição mineral, análise foliar, identificação de sintomas de deficiência nutricional, poda de formação e condução, controle de pragas e doenças, além de pós-colheita, com foco no processo de fermentação das amêndoas.

O engenheiro agrônomo Renato Correia de Figueiredo, um dos participantes do intercâmbio, ressaltou a importância dessa troca de conhecimentos: “Essa oportunidade de aprendizado na Ceplac nos permite aprimorar nossa atuação em campo, garantindo que possamos orientar os produtores sergipanos com as melhores práticas para o cultivo do cacau. O contato direto com especialistas e com os diferentes estágios do sistema de produção será essencial para o fortalecimento da cacauicultura em nosso estado.”

Os técnicos participantes do intercâmbio são Thiago Cerqueira de Souza, José Alisson Machado Santos, Renato Correia de Figueiredo e Raimundo dos Santos.

 

 

Sergipe avança com o Programa Ater Mulher e beneficia 630 trabalhadoras rurais

Programa leva assistência técnica e promove autonomia financeira com foco na agroecologia e sustentabilidade


Neste 15 de outubro, Dia Internacional da Mulher Rural, Sergipe celebra o avanço das políticas públicas voltadas para o empoderamento feminino no campo. Por meio da Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri), em parceria com a Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (Anater), o Governo do Estado vem implementando o Programa Ater Mulher, que tem como objetivo prestar assistência técnica e extensão rural específica para mulheres trabalhadoras rurais no estado.

O secretário de Estado da Agricultura, Zeca Ramos da Silva, disse que as ações do Ater Mulher revelam o comprometimento do governo e servem de exemplo e inspiração para outras atividades de apoio às mulheres do campo. “Essa ação reafirma o compromisso do Governo de Sergipe com a inclusão e a valorização das mulheres rurais, que desempenham um papel essencial na segurança alimentar e na economia local, e também com o desenvolvimento sustentável no campo e o fortalecimento da agricultura familiar. O testemunho positivo das comunidades mostra que esse programa deve ser replicado em outras comunidades”, destacou.

As ações, coordenadas pela Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro), incluem visitas técnicas, oficinas, dias de campo, rodas de conversa e capacitações. O foco é o desenvolvimento de sistemas produtivos agroecológicos e o manejo sustentável dos recursos naturais, além do apoio à organização de grupos produtivos de mulheres, facilitando o acesso dessas trabalhadoras ao Cadastro Nacional da Agricultura Familiar (CAF) e a políticas de crédito e comercialização. 

O Programa Ater Mulher, em Sergipe, também se destaca pelo foco na autonomia financeira e empoderamento das mulheres quilombolas, promovendo o trabalho coletivo e fortalecendo a inserção dessas trabalhadoras no mercado de maneira sustentável.

A iniciativa já finalizou o diagnóstico das agricultoras a serem atendidas. Estão sendo beneficiadas 148 mulheres na Barra dos Coqueiros, 108 em Canhoba e 224 em Japaratuba. Já no município de Boquim são 23 agricultoras atendidas, além de 60 trabalhadoras rurais de Aquidabã e 67 de Capela participam do programa.

Além da assistência técnica, essas 630 beneficiárias receberão um fomento no valor de R$ 4.600,00, disponibilizado pelo Governo Federal por meio do Ministério do Desenvolvimento Social (MDS), para apoiar a produção das mulheres quilombolas em situação de vulnerabilidade social. Esse recurso visa alavancar as atividades produtivas dessas trabalhadoras e será liberado via Bolsa Família ou Caixa Econômica Federal.

Os técnicos da Emdagro, junto aos credenciados, estão elaborando projetos produtivos e oferecendo assistência técnica durante todo o processo, garantindo que as trabalhadoras possam investir com segurança em suas produções. Suinocultura, artesanato, culinária, empreendedorismo, salão de beleza, pesca, fruticultura, mandioca, hortaliças, macaxeira, avicultura, vendas (comida, perfumes, roupas, etc), caprinocultura são algumas das atividades desenvolvidas pelas mulheres rurais selecionadas pelo Programa.

“O programa Ater Mulher é um marco para a agricultura familiar em Sergipe. Estamos oferecendo às mulheres rurais as ferramentas necessárias para seu desenvolvimento e autonomia, com foco em práticas agroecológicas e sustentabilidade. O impacto dessa ação vai além da produção agrícola, pois fortalece a economia e transforma a vida dessas mulheres, de suas famílias e de suas comunidades”, ressalta o Presidente da Emdagro, Gilson dos Anjos.

O coordenador do Ater Mulher da Emdagro, Matheus Cristóvão de Santana Freire, também destacou o progresso do programa. “Já realizamos diagnósticos e articulações com as organizações parceiras, selecionamos as 630 beneficiárias e inserimos suas documentações no sistema da Anater. Estamos agora na fase de elaboração dos projetos individuais e capacitação das trabalhadoras. Em breve, vamos disponibilizar os formulários de adesão ao fomento rural para que elas possam assinar e, assim, receber o recurso. Todo o processo de pagamento será feito via cartão do Bolsa Família ou em agências da Caixa Econômica Federal”.

 

Fiscalização educativa promove uso consciente de agrotóxicos nos municípios da região citrícola de Sergipe

Na ação, também é destacada a importância da destinação adequada das embalagens vazias para a preservação ambiental


A equipe da Coordenadoria de Insumos Agropecuários e Agrotóxicos da Emdagro realizou, nesta semana, uma ação de fiscalização educativa nos municípios de Cristinápolis e Arauá, com o objetivo de conscientizar produtores rurais sobre o uso adequado de agrotóxicos. A iniciativa, que integra uma rotina de trabalho da equipe, busca garantir a segurança alimentar, proteger a saúde dos trabalhadores rurais e promover a preservação ambiental.

As fiscalizações, que fazem parte de um esforço contínuo da Emdagro para sensibilizar os produtores, são fundamentais para assegurar que os agrotóxicos sejam utilizados de maneira correta e segura. Segundo Aglênia Araújo, Coordenadora de Insumos Agropecuários da Emdagro, a prioridade é orientar e educar os produtores. “Nosso foco não é a punição, mas sim a conscientização. No entanto, quando nos deparamos com situações graves, cumprimos o que estabelece a lei. Nesses casos, o produtor pode ser autuado, mas isso não significa que haverá necessariamente uma penalidade. A defesa apresentada é sempre analisada antes de qualquer decisão”, explicou.

A ação realizada nos municípios da região citrícola de Sergipe, que incluiu visitas a Cristinápolis, Arauá, Itabaianinha, Santa Luzia, Salgado, Umbaúba e Tomar do Geru, é parte de um esforço mais amplo que se estenderá por todo o mês de outubro. O objetivo é promover a sensibilização dos produtores sobre a importância do uso correto dos agrotóxicos para garantir que alimentos livres de resíduos químicos cheguem à mesa do consumidor, preservar a biodiversidade e proteger a saúde dos trabalhadores rurais.

Outro ponto abordado durante as fiscalizações é a destinação correta das embalagens vazias de agrotóxicos, uma questão crucial para a preservação ambiental. “Orientamos todos os produtores, autuados ou não, sobre a correta devolução das embalagens vazias e a importância da destinação adequada. A preservação do meio ambiente é um compromisso que precisamos assumir de forma responsável”, destacou Aparecida Andrade, Diretora de Defesa Animal e Vegetal da Emdagro.

As fiscalizações são iniciadas com base em indícios de irregularidades identificados por meio do Sistema Integrado de Gestão de Agrotóxicos (SIAGRO). A partir desses indícios, as equipes se dirigem às propriedades suspeitas para averiguar a situação. Muitas vezes, a identificação de um único problema pode desencadear uma série de fiscalizações em diferentes propriedades ou estabelecimentos comerciais.

“A ação da Emdagro reforça o compromisso com a segurança alimentar e a sustentabilidade, promovendo uma agricultura responsável e consciente em Sergipe”, reforçou a Diretora.

Sergipe se destaca como 2º maior fornecedor de laranja para Ceasas do Brasil

Avanço no desempenho da citricultura sergipana está diretamente ligado ao apoio do Governo do Estado, por meio da Seagri e Emdagro


A produção citrícola sergipana vive um momento de destaque, com o estado como o 2º maior fornecedor de laranjas para as Centrais de Abastecimento (Ceasas) de todo país. Em agosto de 2024, Sergipe enviou 5,8 mil toneladas da fruta para esses centros de distribuição. Os números, divulgados pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), ressaltam a importância do estado no abastecimento de frutas, posicionando Sergipe entre importantes produtores agrícolas, desempenho que, aos poucos, tem devolvido ao estado os bons resultados dos tempos áureos da citricultura em pomares sergipanos.  

Os dados foram trazidos no Boletim Hortigranjeiro Nº 09, Volume 10, do Programa Brasileiro de Modernização do Mercado Hortigranjeiro (Prohort), que analisa a comercialização exercida nos entrepostos públicos de hortigranjeiros, que representam um dos principais canais de escoamento de produtos in natura do país. Ainda segundo o boletim, o cinturão citrícola forneceu 35,9 mil toneladas para as Ceasas em agosto, e Boquim, em Sergipe, foi apontado como a 2ª maior microrregião produtora individualmente que forneceu laranja para as Ceasas, com 5 mil toneladas, seguida por regiões goianas, baianas, mineiras e fluminenses, com 4 mil, 3,58 mil, 3,48 mil e 1,28 mil toneladas, respectivamente.

De acordo com a gerente de Produtos Hortigranjeiros da Conab, Juliana Torres, Sergipe é um grande produtor de laranja tanto para consumo no atacado e varejo como para exportação, sendo o suco de laranja um dos principais produtos da pauta de exportação do estado. “Sergipe se destaca no abastecimento de laranja às principais centrais atacadistas brasileiras, sendo que no mês passado foi o segundo estado com maior fornecimento. A microrregião de Boquim geralmente é a 2ª microrregião brasileira que mais fornece laranjas para as Ceasas. Em setembro, o volume chegou a 5,2 mil toneladas. Os envios têm como principal destino a Ceasa/PE – Recife e a Ceasa/ES – Vitória. Esses dados mostram a importância da produção sergipana no abastecimento nacional de laranja, produto que está com a demanda aquecida”, declarou.

Apoio que faz a diferença

O desempenho da citricultura em Sergipe está diretamente ligado ao apoio da Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri) e da Empresa de Desenvolvimento Agropecuário (Emdagro), que têm fornecido assistência técnica aos pequenos produtores. Além disso, a alta nos preços da laranja, que chegou a R$ 2.400 por tonelada em 2024, está impulsionando a produção voltada ao abastecimento das Ceasas. Com a expectativa de que o preço atinja R$ 3 mil até o final do ano, muitos produtores estão reativando seus pomares.

De acordo com o chefe do escritório da Emdagro de Boquim, Joetôneo Ferreira Neves, conhecido como Ferreira, essa valorização está diretamente ligada à crise citrícola nos Estados Unidos, onde a doença ‘greening’ tem dizimado pomares na Califórnia, que já foi um dos maiores produtores de laranja do mundo.

Ferreira destacou que o aumento no preço da laranja foi o estímulo que muitos produtores precisavam para voltar a investir. “Há três anos, a tonelada era vendida a apenas R$ 400, e muitos desistiram. Mas, com a alta recente, os pomares estão sendo reativados, e o otimismo voltou. Com essa queda na produção americana, eles estão buscando a laranja brasileira, aquecendo o mercado global. Como maior consumidor de suco de laranja, os Estados Unidos aumentaram suas importações, o que está gerando um efeito em cadeia, o que tem favorecido, também, o abastecimento interno”, explicou.

Esse cenário reflete diretamente nas Ceasas, onde a demanda por laranjas sergipanas tem sido constante e crescente. O representante da Emdagro conta que, com a produção de laranja voltada para o consumo interno aquecida, muitos produtores estão aproveitando o bom momento para direcionar parte de suas colheitas para esses centros de distribuição. Antes, a estimativa era de mil produtores em Boquim. Hoje, é um pouco menor porque muitos saíram da atividade em função da idade e mudaram de cultura. “Porém muitas dessas áreas que foram arrendadas que estavam produzindo mandioca e milho estão voltando para citricultura por conta do bom momento da produção da laranja no estado. Então, Sergipe está em crescimento na produção do estado, especialmente a região de Boquim, que foi o berço no estado”, relatou Ferreira.

Pomares saudáveis

Apesar da crise que afeta outros estados produtores de laranja, como São Paulo e Minas Gerais, devido à praga do greening, Sergipe se destaca com uma perspectiva de crescimento na citricultura. Um dos fatores que diferencia a produção local é a sanidade dos pomares, garantida pelo rigoroso controle sanitário realizado pela Emdagro, que impede a entrada de doenças. Além disso, o estado mantém viveiros telados para a produção de mudas saudáveis, o que contribui para a resiliência da citricultura sergipana.

Em 2023, Sergipe se consolidou como o 5º maior produtor de laranja do Brasil e o 2º do Nordeste, com uma produção de 382 mil toneladas. Esse resultado é fruto de uma área colhida de 31 mil hectares, com um rendimento médio de 14 mil kg/ha. A produção é concentrada em 14 municípios das regiões sul e centro-sul, com destaque para Cristinápolis e Itabaianinha, segundo dados do IBGE. 

Produtores de Boquim

Boquim, tradicional polo citrícola de Sergipe, desempenha um papel essencial no fornecimento de laranja. José Hunaldo Andrade é produtor da região. Oriundo da região de Tobias Barreto, o agricultor relatou que se transferiu para a região de Boquim há 24 anos, atraído pelos bons resultados da produção da laranja na época.

“Nos últimos anos, vimos uma mudança significativa no foco da produção. Antes, boa parte da laranja ia para a indústria de suco. Hoje, estamos priorizando o abastecimento das Ceasas, que têm uma demanda crescente por laranjas de mesa”, comentou José Hunaldo, que cultiva 35 hectares de laranja.

Ele também detalhou o ciclo de colheita, que ocorre três vezes ao ano, com a devida assistência técnica promovida pela Emdagro, o que garante o bom manejo da plantação. De acordo com o produtor, a colheita é feita em parceria com atravessadores, que compram o produto ainda no campo. A laranja de melhor qualidade vai para o comércio, especialmente para o Ceasa de Itabaiana e de Aracaju, e a outra parte é destinada à indústria.

O produtor enfatizou que o apoio da Emdagro tem sido crucial para garantir que os agricultores locais possam atender a demanda com qualidade. “A assistência técnica nos ajuda a produzir uma laranja de melhor qualidade, que atende ao mercado consumidor. Isso nos possibilita negociar melhores preços e garantir o sustento de nossas famílias”, afirmou.

O citricultor contou que muitos pequenos proprietários não conseguiram manter suas plantações. “Muitos desistiram, abandonaram os sítios ou migraram para o milho e mandioca. Mas quem persistiu hoje colhe os frutos. Graças ao incentivo e à orientação técnica da Emdagro, com foco no combate às pragas e no preparo do solo, estamos bastante satisfeitos. A produção de laranja está boa e estamos quase alcançando a independência financeira”, frisou.

Adilson Souza Santos, 52 anos, é um dos trabalhadores rurais que realizam a colheita da laranja na propriedade de José Hunaldo Andrade. Para ele, o crescimento da produção da laranja é importante porque interfere no seu sustento e da sua família. “É gratificante, porque aqui tiro o sustento da minha família e ainda tem 12 trabalhadores que também trabalham comigo”. Ele explicou que o trabalho é concentrado principalmente no período de colheita. “Agora no mês de novembro a colheita está quase no final. Depois vamos passar uns dois meses sem trabalhar, e o que vai nos manter é o benefício do Mão Amiga Laranja”, contou, referindo-se ao benefício do Governo do Estado que dá apoio aos trabalhadores rurais da citricultura durante a entressafra.  

Assistência

O sucesso de Sergipe no fornecimento de laranja para as Ceasas não seria possível sem o trabalho desempenhado pelo Governo do Estado, por meio da Emdagro.  O chefe da unidade regional da Emdagro em Boquim, Luiz Fernandes de Oliveira Silva, ressaltou que a assistência técnica tem sido essencial para melhorar a produtividade e garantir que a produção local possa atender às exigências do mercado consumidor. “Temos ajudado os produtores a melhorar o manejo de suas lavouras, controlar pragas e doenças, e utilizar técnicas modernas que aumentam a produtividade e a qualidade da fruta”, explicou.

Um ponto de destaque é o controle rigoroso do greening, também conhecido como Huanglongbing (HLB), doença que afeta gravemente pomares em outros países, feito pelo trabalho de vigilância e controle da Diretoria de Defesa Animal e Vegetal  Emdagro. “Nós monitoramos constantemente as fronteiras do estado e controlamos a entrada de mudas de outros lugares para evitar a introdução de doenças. Esse cuidado tem sido fundamental para garantir a saúde dos nossos pomares e a competitividade da nossa laranja no mercado”, disse Luiz Fernandes.

Perspectivas

O Programa de Citricultura Sustentável, do Governo Estadual, tem impulsionado ainda mais a produção, com ações como a distribuição de 210 mil borbulhas de citros e a implantação de viveiros que produzirão cerca de 300 mil sementes de variedades mais resistentes. Além disso, campanhas contra a compra de mudas clandestinas e o uso de novas tecnologias, como a fibra de coco para produção de substrato, têm ajudado a reduzir custos e aumentar a produtividade. Esses incentivos, aliados ao bom momento do mercado, têm motivado os produtores a reinvestir na citricultura, reativando pomares e expandindo suas áreas de cultivo.

“Sergipe já foi o 2º maior produtor de laranja. Estamos em 5º no momento, e a perspectiva é muito positiva. Muitos citricultores estão se sentido estimulados com esse momento bom na citricultura. O pessoal está reinvestindo, está acreditando, vendo que a tendência do mercado é crescer”, declarou Luiz Fernandes.

Um desses agricultores é Manoel Álvares Nascimento, de 66 anos, morador do povoado Meia Légua, em Boquim. Produtor de laranja há 22 anos, Manoel explicou que possui uma plantação de seis tarefas de terra e que o bom momento de valorização do produto tem estimulado a expansão da plantação. Manoel admitiu que não investiu no sítio como deveria e se arrependeu. “Se tivesse acreditado na produção, teria colhido mais. Agora, estou otimista e já comecei a adubar o terreno, com a expectativa de melhores resultados no futuro”, disse, ao reforçar a importância da assistência técnica. “Se tivesse que pagar por esse serviço, seria muito caro. Aqui, o pessoal da Emdagro vem e ajuda sem custo. Isso faz toda a diferença”, apontou.

ASN

 

 

Lagarto dá exemplo no recolhimento de embalagens de agrotóxicos com apoio da Emdagro

Em 2024 foram recolhidas 50 toneladas até o final de setembro, evidenciando cuidado com o meio ambiente


Produtores e empresas revendedoras de produtos agropecuários no município de Lagarto deram importante exemplo de cuidado com a saúde e com o meio ambiente, ao realizarem o recolhimento de 4,5 toneladas de embalagens de agrotóxicos. A ação foi realizada nesta quarta-feira, 9, na praça do Tanque Grande, com apoio da Associação dos Revendedores de Produtos Agropecuários do Estado de Sergipe (Ardase). A próxima ação será em 5 de novembro na sede da Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro), no município de Boquim.

Dados recentes da Emdagro destacam avanços no manejo adequado dessas embalagens em Sergipe. Em 2023, foram destinadas de forma ambientalmente adequada 58 toneladas de embalagens vazias de agrotóxicos, e em 2024 até o momento já foram recebidas 50 toneladas, evidenciando um esforço contínuo nesse sentido.

O secretário de Estado da Agricultura, Zeca da Silva, destacou a iniciativa das empresas revendedoras e produtores nesta ação. “Parabenizamos todos os envolvidos neste trabalho, especialmente as empresas por meio da Ardase, pela importância da destinação correta dessas embalagens que contribui para preservação do meio ambiente e da saúde humana. A conscientização dos agricultores, aliada ao apoio das prefeituras e das empresas revendedoras em parceria com o Governo é essencial para o sucesso das iniciativas de coleta e manejo adequado dessas embalagens em Sergipe”, pontuou o secretário.

Já a representante da Ardase, Marivania Félix, lembrou que a ação em Lagarto foi a maior em recolhimento de embalagens dentro do trabalho itinerante realizado nos municípios: “O objetivo é a conscientização ambiental do produtor rural e facilitar o acesso do produtor quanto à devolução das embalagens, dando um destino ambientalmente adequado às embalagens”.

Segundo ela, até o momento foram 29 ações em todo o Estado, focando nos municípios de maior abrangência agrícola. “Estamos principalmente em povoados de agricultura familiar, onde além de recebimentos itinerantes de embalagens, são levadas informações técnicas sobre as boas práticas no campo, a importância do uso do equipamento de proteção individual (EPI) nos manuseios e aplicação dos defensivos, além da observância à receita agronômica e cuidado com o meio ambiente”, afirmou.

Após os recebimentos das embalagens nessas ações, as mesmas são transportadas até a central de recebimento da Ardase, que fica na zona rural de Ribeirópolis. Lá elas são classificadas, separadas, prensadas e destinadas para recicladoras, legalmente habilitadas para receber esses tipos de materiais.

“A participação das empresas revendedoras dos produtos é muito positiva. Elas participam ativamente na mobilização dos clientes, o que contribui muito para a presença dos produtores nas ações. Também ajuda muito na logística, uma vez que disponibilizam transporte adequado para esses tipos de resíduos; incentivam a ação, doando brindes como EPIs, que são sorteados para os produtores e ajudam a disseminar as boas práticas no campo”, explicou Marivania.

A representante da Ardase ressaltou ainda a importância e apoio da Emdagro para o sucesso dessas ações, principalmente com a implementação de tecnologias que facilitam o rastreio das embalagens. “Sem sombra de dúvida, os resultados que estamos tendo se devem ao Sistema de Rastreabilidade implantado pela Emdagro, e às ações da Ardase no campo, que quintuplicaram nos últimos anos”, comemorou.

Seagri

 

Mapeamento da produção orgânica em Sergipe segue até 18 de outubro

Processo é feito pela Seduc, em parceria com a Emdagro, e servirá como base para edital de alimentos saudáveis nas escola

 


O estado de Sergipe está passando por uma importante etapa de organização e fortalecimento da agricultura familiar orgânica. Desde o último dia 30 de setembro, a Secretaria de Estado da Educação (Seduc), em parceria com a Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro), deu início ao mapeamento da produção de alimentos orgânicos no estado. Esse levantamento servirá de base para a elaboração do próximo edital de chamamento público, voltado à compra de alimentos da agricultura familiar através do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE).

O processo de cadastramento dos agricultores interessados vai até o dia 18 de outubro. Produtores podem inserir suas informações sobre a oferta de produtos orgânicos de forma individual ou coletiva, desde que possuam o Cadastro da Agricultura Familiar (CAF) e Certificados de Produção Orgânica, seja por OCS – Organização de Controle Social; ou SPG – Sistema de Garantia da Produção ou Auditoria. Essa ação visa garantir que as escolas públicas tenham acesso a alimentos mais saudáveis e de qualidade, cultivados com respeito ao meio ambiente e livres de agroquímicos.

O coordenador de Agroecologia da Emdagro, Waltenis Braga, destacou o papel da instituição na promoção da agricultura orgânica no estado. Segundo Braga, a Emdagro tem investido fortemente nesse segmento. “A criação da Coordenadoria de Agroecologia foi um marco para nós, pois ampliou o apoio técnico e o incentivo aos agricultores orgânicos. Além disso, o Programa de Desenvolvimento Territorial (Prodeter), para produtos orgânicos, também reforça essa linha de atuação, possibilitando que esses produtores tenham mais acesso às políticas de crédito rural, oportunidades de mercado e se integrem melhor às cadeias de maior valor agregado. Estamos, inclusive, buscando outras cadeias internacionais como o PAA e Doação Simultânea através da Conab”, pontuou.

O evento de mapeamento tem contado com o apoio de diversas organizações e entidades parceiras, como a Rede Plantar para a Vida, o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), o Banco do Nordeste e o Conselho de Produção Orgânica de Sergipe (CPORG-SE). Juntas, essas instituições estão alinhando esforços para garantir que o mapeamento seja o mais abrangente possível, visando atender as demandas das escolas e valorizar o trabalho dos agricultores familiares.

A expectativa é que com o encerramento do processo de mapeamento, o novo edital de chamamento público do PNAE seja lançado, contemplando a compra de alimentos frescos e agroecológicos. “Essa parceria entre Seduc e Emdagro é essencial para fortalecer a produção orgânica e garantir que nossas crianças recebam alimentos de qualidade”, completou Waltenis Braga.

O mapeamento segue até o dia 18 de outubro, e os agricultores interessados podem se cadastrar por meio de um formulário online, por meio deste link. Isso garante a participação nesse importante processo de inclusão e fortalecimento da agricultura orgânica em Sergipe.

Emdagro desenvolve pesquisa pioneira para controle biológico do moleque-da-bananeira

Resultados do estudo podem beneficiar mais de 2.200 produtores de banana registrados em Sergipe

 


O Governo do Estado, por meio da Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro), está desenvolvendo uma pesquisa pioneira para controle biológico do moleque-da-bananeira, inseto de hábito noturno que ataca o rizoma da planta, causando graves danos à cultura e elevando os custos de produção. O controle é estudado há um ano, após demanda de um pequeno produtor do município de Malhador, no agreste sergipano.

Os resultados das descobertas sobre o moleque-da-bananeira podem beneficiar os mais de 2.200 produtores registrados em Sergipe, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O estudo é realizado pelo pesquisador da Emdagro e doutor em Entomologia Agrícola, Marcelo Mendonça, e pelo mestrando em Biotecnologia Industrial, Lucas Barboza.

O produtor José Firmino de Oliveira, mais conhecido como Zé de Rufino, de 74 anos, procurou o pesquisador Marcelo Mendonça durante um curso ministrado em Itabaiana sobre métodos de controle biológico de pragas. Na pequena propriedade de quatro hectares, Rufino produz banana, entre outras culturas, todas em sistema orgânico. Há alguns anos, ele notou que as bananeiras tombavam, mas não havia nenhuma marca aparente que denunciasse o problema. “O moleque-da-bananeira ataca por dentro. É um animal de hábito noturno, que se abriga da luz do dia. As larvas abrem galerias nos rizomas, alimentando-se dos tecidos da planta. Por isso seu Rufino não via nada por fora”, detalhou o Dr. Marcelo Mendonça.

Seu Zé Rufino conta que a praga existe desde quando existe bananeira, não só em Sergipe, mas no Brasil, só que nunca havia procurado uma maneira de combatê-la ou um defensivo para diminuir sua incidência. “Conheci o doutor Marcelo há dois anos e ele está nos apoiando, trabalhando com uma forma de controle para essa praga. Perdi cerca de 30% da produção, mas, desde que começamos, já notei que o número de bananeiras caídas diminuiu”, disse o produtor. A expectativa dele agora é que, daqui a um ano, não haja mais a presença da praga na propriedade em que produz e vive com a família.

O controle de pragas da bananeira tem sido um desafio para os pesquisadores, porque os métodos convencionais, a partir de agroquímicos, demonstram baixa efetividade, além de causar danos com a poluição do ambiente e de animais benéficos. Para suprir essa necessidade, técnicas de controle biológico com fungos entomopatogênicos (que parasitam insetos) e outros grupos de microrganismos podem ser utilizadas. “O problema no pomar de seu Rufino foi um intenso ataque de Cosmopolites sordidus, mais conhecido como moleque-da-bananeira”, identificou o pesquisador.

Segundo ele, a pesquisa é desenvolvida em parceria com o próprio produtor, uma vez que são feitas visitas constantes à propriedade para coleta de insetos, utilizados nos trabalhos em laboratório e casa de vegetação. Este último local é onde são feitos os testes para verificar quais métodos de aplicação do fungo é mais efetivo, para só então aplicá-lo no pomar do produtor.

Em comparação a outros métodos de controle, o uso de organismos biológicos é considerado mais vantajoso, por não causar impacto ao meio ambiente e a intoxicação do produtor e de consumidores da banana, além de poder ser aplicado em sistema de cultivo orgânico, onde não podem ser utilizados agrotóxicos.

Pesquisa

Marcelo Mendonça é pesquisador há 20 anos da Emdagro e desenvolve uma linha de pesquisa em entomologia, ciência que estuda os insetos e suas relações com o meio ambiente. “Desenvolvemos trabalhos na área de controle biológico de insetos pragas. A ideia é que a gente leve para o produtor algo que não seja tão danoso, como são os inseticidas químicos. A tendência mundial hoje é de crescimento do uso dos métodos biológicos para o manejo das diversas culturas agrícolas”, disse o pesquisador, ao informar que foram testados isolados de fungos entomopatogênicos nativos do estado de Sergipe, dos gêneros Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae.

O laboratório da Emdagro conta com um banco de fungos formado ao longo de 15 anos de pesquisa. “Utilizamos esse banco para selecionar isolados de fungos entomopatogênicos que possam ser utilizados para diferentes tipos de pragas”. Na primeira etapa da pesquisa, os insetos foram coletados na propriedade do produtor e levados ao laboratório, porque a pesquisa precisa de um ambiente controlado para atingir resultados confiáveis. Lá foram realizados experimentos onde foram observadas as infecções desses fungos nos insetos. Foram selecionados aqueles que apresentaram a maior efetividade no controle da praga.

Na segunda etapa, os pesquisadores buscam entender qual é a concentração do fungo necessária para utilizar no controle da praga. A partir daí é avaliado o método de aplicação do fungo no campo, se direto na planta ou se via isca atrativa. Testadas as formas de aplicação, o estudo pode ser levado com segurança à propriedade do produtor, onde serão avaliados.

Isca

A isca é geralmente feita de duas formas. Uma é o tipo telha, quando o pseudocaule da bananeira é dividido em pedaços de 30 centímetros e distribuído na área. Esses pedaços entram em processo de fermentação, que libera um odor atrativo ao inseto. Outro tipo, com o mesmo efeito da isca telha, é o corte do pseudocaule da bananeira que seria eliminado. Deixado entreaberto, o caule cortado dá o mesmo efeito do telha, porque o odor atrai o inseto e o produtor pode catar esses insetos e matá-los fora do pomar. É uma forma de controle da população.

A aplicação do fungo nas iscas também tem modelos diferenciados. Uma delas é por mergulho do pseudocaule na suspensão do fungo. Outro modo é aplicar ao redor da planta, como uma rega. Outro método que será testado é iniciar um plantio só com mudas de banana com os rizomas embebidos da suspensão do fungo.

Texto/Foto: Agência Sergipe de Notícias (ASN)

 

Ministério da Agricultura e Emdagro finalizam auditoria sobre Defesa Agropecuária em Sergipe

A organização de feiras de animais em Sergipe foi um dos pontos apontados pela auditora que necessita de melhorias

Nesta sexta-feira (27), o Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) e a Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro) concluíram uma importante auditoria que visa aprimorar os processos de defesa agropecuária no estado. A auditoria, que iniciou de forma remota e teve sua fase presencial nos últimos dias, envolveu visitas a diversos municípios sergipanos, onde foram avaliadas ações e implementações de programas sanitários.

O Superintendente do MAPA em Sergipe, Jonielton Dantas, destacou a importância dessa auditoria como uma oportunidade para a Emdagro fortalecer suas ações. “A Emdagro enxergou nessa auditoria uma chance de aprimorar seus processos, o que reflete o compromisso com a melhoria contínua da defesa agropecuária em Sergipe. Vamos seguir apoiando a execução do plano de ação que será traçado a partir das recomendações do relatório final”, afirmou.

A auditoria utilizou a metodologia da Matriz Flotter, que permitiu a identificação de potencialidades e desafios nos processos atuais. O coordenador da auditoria, Luís Eduardo Cardoso Rocha, do Departamento de Saúde Animal do MAPA, explicou que o objetivo é garantir que Sergipe continue evoluindo nas práticas de controle sanitário. “O relatório trará diretrizes para assegurar que o estado continue evoluindo no controle sanitário”, ressaltou Luís Eduardo.

Embora o relatório final ainda não tenha sido publicado, a equipe do MAPA já forneceu informações preliminares que a Emdagro pode utilizar para começar a implementar melhorias. O relatório final trará diretrizes detalhadas, permitindo à Emdagro traçar um plano de ação mais completo. Além da febre aftosa, cujo estado de Sergipe se encontra como zona livre sem vacinação há 6 meses, outras questões sanitárias, a exemplo do controle da brucelose, raiva, e sanidade de suínos e aves, também foram avaliadas.

Um dos pontos observado e que necessita de melhoria foi a necessidade de melhor organização das feiras de animais, eventos que podem representar riscos para a disseminação de doenças. A diretora de Defesa Animal e Vegetal da Emdagro, Aparecida Andrade, reafirmou o compromisso da empresa em agir de forma conjunta com os municípios. “Temos um desafio grande pela frente, mas já estamos alinhando junto aos gestores municipais a necessidade de reorganizar as feiras e intensificar a vigilância nesses eventos, garantindo a segurança sanitária do estado”, declarou.

O relatório final da auditoria será emitido em breve, trazendo recomendações detalhadas que orientarão as próximas ações da Emdagro na busca por uma defesa agropecuária mais robusta e eficiente.

 

Emdagro recepcionou mais de 500 animais que participam da Expo Glória

Os animais são os grandes atrativos da feira agropecuária, o principal motivo de realização do evento e recebem tratamento especial


Com a finalidade de garantir a sanidade e o bem estar dos animais que participam da feira agropecuária Expo Glória, a equipe da Empresa de Desenvolvimento Agropecuário (Emdagro) esteve presente no Parque de Exposições ‘Cidade do Leite’ recebendo e inspecionando os animais e a documentação. São mais de 500 animais de alta qualidade genética entre bovinos, equinos, caprinos e ovinos que participam dos torneios, exposições e leilões.

Pelo grande aglomerações de animais, além do médico veterinário e da equipe técnica da Emdagro, a Cooperativa Sertaneja do Agronegócio (Coopesea), realizadora do evento, também contratou o médico veterinário Diego Silva da Graça como responsável técnico dos animais participantes. De acordo com o médico veterinário e coordenador de Inspeção Agropecuária da Emdagro, Emerson Sales de Melo, todo o trabalho feito pelo Governo de Sergipe é previamente planejado pela instituição realizadora.

“Nós temos uma fiscalização móvel da Emdagro na chegada dos animais para verificar s tudo está conforme planejamento apresentado previamente pela realizadora do evento. Verificamos a sanidade de 100% dos animais cadastrados, garantido que não haja nenhuma contaminação no evento em pauta, e, também verificamos as Guias de Trânsito para transporte de Animais (GTAs), e exames anexos têm que acompanhar todo o trânsito de chegada e saída dos animais ao evento”, detalha o coordenador Emerson Sales.

O veterinário contratado pela Coopsea, Diego Silva da Graça, destaca essa etapa do evento como uma das mais importantes. “Os animais são os grandes atrativos da feira agropecuária, o principal motivo de realização do evento e recebem tratamento especial. Por este motivo, verificamos o estado de saúde e se estão em dia as vacinações. Essa verificação inicial faz com que nosso evento transcorra dentro das normas de segurança. Nós trabalhamos em parceria com a Emdagro, que disponibilizou a presença de quatro profissionais para trabalharmos na recepção dos animais”, explicou.

O Técnico da Emdagro Ruy Fernando Oliveira destacou a quantidade e qualidade genética dos animais participantes da Expo Glória. “Temos verificado a chegada de muitos animais. Essa é, atualmente, a maior feira da região, são animais de alta qualidade”. Ruy destacou que Sergipe avançou quanto ao status de livre da Febre Aftos, mas que ainda é exigida a comprovação contra a Brucelose e Tuberculose bovina. “Todos os animais que chegaram aqui estão aptos à participação”, conclui.

O expositor de caprinos e bovinos Rubens Sérgio Oliveira, da cidade de Alagoinha, na Bahia, disse que uma boa equipe de recepção dos animais dá segurança ao expositor.  “Gostaria de parabenizar a organização da Expo Glória. Aqui, a recepção dos animais foi maravilhosa, com a participação aqui da Emdagro, que é o órgão do Governo do Estado de Sergipe, e do médico veterinário Diego, da Coopesea. Que continue assim, porque nós que trazemos os animais ficamos felizes e tranquilos para vir de longe e chegar na exposição dessa magnitude com segurança”, colocou.

Texto/Foto: Ascom Seagri

 

Pequenos agricultores ampliam produção de cacau em Sergipe com apoio do Governo do Estado

Safra de 2024 já começou, expectativa da produção é de 9,5 toneladas de amêndoas de cacau

 

Sergipe é considerado pelo Ministério da Agricultura como sendo um estado em expansão com o cultivo de cacau na região nordeste do Brasil. Por meio de iniciativas do Governo de Sergipe, o fruto vem despertando interesse crescente dos pequenos agricultores rurais do estado, impulsionado pelo potencial econômico da promissora cultura. O incentivo e assistência técnica à produção cacaueira é promovido pela Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e Pesca (Seagri), por meio da Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro).

O cultivo do cacau em Sergipe é relativamente recente. Os primeiros plantios de cacaueiro em Sergipe foram experimentados por pequenos agricultores familiares da região citrícola nas regiões do sul e centro sul do estado e detectados por técnicos da Emdagro no ano de 2008. Em 2012, a empresa deu início ao suporte técnico e à distribuição de mudas nessas regiões.

Por meio do convênio de cooperação técnica com pesquisadores da Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac), órgão do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), a Emdagro vem desenvolvendo a iniciativa que visa oferecer novas alternativas para a agricultura familiar.

De acordo com o assessor técnico da Emdagro, o engenheiro agrônomo Luiz Carlos Nunes, o cacau foi identificado como uma cultura promissora devido à capacidade de adaptação ao clima e solo da região, além do alto valor agregado.

“A assistência técnica incentiva os produtores e mostra as possibilidades de cultivo de cacau em Sergipe. Testamos diferentes espaçamentos, clones de alta produtividade e o uso de sombreamento com outras culturas. O objetivo é que esses pequenos produtores possam adotar as melhores práticas e aumentar a produtividade”, ressaltou.

O plantio de cacau na região sul de Sergipe tem sido feito com sombreamento de diferentes culturas, como banana e cajá, o que favorece o desenvolvimento das plantas jovens. O assessor técnico da Emdagro destacou que o acordo de cooperação  técnica com a Ceplac tem duração de quatro anos e prevê transferência de tecnologia, capacitação dos técnicos da Emdagro e implantação de Jardim Clonal com os principais clones de Cacau de alta produtividade.

A escolha das regiões do centro-sul e sul de Sergipe para o cultivo de cacau foi feita devido às semelhanças com as condições da região produtora de cacau no sul da Bahia, como a precipitação, que varia entre 1200 e 1400 milímetros, solos profundos e topografia suavemente ondulada.  Essas características permitem que o cacau seja uma alternativa viável para os pequenos produtores da região.

A safra de 2024 já começou, a expectativa é de que Sergipe produza cerca de 9,5 toneladas de amêndoas de cacau, que serão comercializadas principalmente em Santo Antônio de Jesus, na Bahia. A tendência é que mais produtores invistam no cacau, aproveitando as condições favoráveis e o suporte técnico oferecido pelo governo. “Hoje, temos 26 produtores e esperamos ampliar esse número em 30% até 2026, alcançando 50 hectares de plantio de cacau em Sergipe”, informou Luiz Carlos.

Pioneirismo

Seu Manoel da Conceição, de 68 anos, é um dos pioneiros no cultivo do cacau no município de Arauá, no sul sergipano. Há mais de 45 anos, ele cultiva na propriedade de 10 hectares diversas culturas, como laranja, macaxeira, mamão, maracujá, banana, abacaxi e, mais recentemente, cacau. Em 2012, ele foi selecionado pela Emdagro para implantar uma Unidade de Observação, visando testar diferentes clones de cacau e práticas de manejo. Foram plantados 600 mudas dos clones PS 13 19, CCN 51 e PH 16, consorciados com bananeiras e cajazeiras, que proporcionam sombra às plantas jovens.

A iniciativa deu tão certo que, nos anos seguintes, seu Manoel ampliou a área plantada, chegando a quatro hectares de cacau em diferentes fases de desenvolvimento.  Em 2021, em parceria com a Emdagro, duas novas áreas de observação foram implantadas, utilizando novos clones de alta produtividade, consorciados com culturas como mamão e banana, que ajudam no sombreamento do cacau.

Na safra de 2023, seu Manoel comercializou 1.555 kg de amêndoas de cacau para a Bahia. Para 2024, a expectativa é ainda maior, com previsão de colher 2.300 kg de amêndoas. Além da produção em larga escala, o produtor também se dedica à fabricação artesanal de derivados do cacau, como mel de cacau, licor e pó de cacau.

Crescimento da cultura

Atualmente, o município de Arauá conta com oito produtores de cacau, que juntos somam uma área plantada de 14,8 hectares. No total, Sergipe tem 26 produtores de cacau, distribuídos em 30,8 hectares, concentrados principalmente nos municípios de Arauá, Estância, Lagarto, Indiaroba, Itabaianinha, Santa Luzia e Umbaúba.

A produção de cacau no estado tem se mostrado atraente, o preço da arroba de cacau no ano de 2024 está com uma variação de preços entre R$ 830,00 para R$ 755,00 considerando altamente rentável e que tem animado os produtores. Além disso, o solo e o clima da região sul de Sergipe têm se mostrado ideais para o cultivo. O coordenador de agricultura da Emdagro ressaltou o potencial da cultura. “O cacau é uma cultura de alto valor agregado e, com o estímulo certo, pode se tornar uma importante fonte de renda para os produtores sergipanos. O governo tem oferecido suporte com distribuição de mudas, adubos e assistência técnica para garantir que a produção seja cada vez mais eficiente”, disse.

Com o bom resultado da produção, seu Manoel da Conceição compartilhou a satisfação com o crescimento da cultura cacaueira no estado. “Achei o cacau muito rentável e decidi ampliar a área plantada. O cacau se adaptou muito bem ao clima da região, e com irrigação, a produção tem sido excelente”. Ele também destacou a importância do apoio governamental. “O produtor sozinho não vai longe, precisa da ajuda do governo. Comecei a plantar e achei interessante. Agora, a cada ano, a área plantada só cresce,” relatou o agricultor.

Incentivo e assistência

Para compartilhar inovações e novas práticas no cultivo e manejo do cacau, a Emdagro realizou na quarta-feira, 18, no povoado Sucupira, em Arauá, sul sergipano, o Dia de Campo voltado para a cultura do fruto, reunindo produtores locais e técnicos. O evento faz parte do Programa de Estímulo à Cultura do Cacau, que busca incentivar a cultura do produto no estado.

Segundo o coordenador de Agricultura da Emdagro, Eduardo Cabral de Vasconcelos Barreto, o Dia de Campo é uma metodologia da extensão rural que serve para despertar e transferir tecnologias aos produtores.  

“Sabemos que o cacau é uma cultura de alto valor agregado, com um futuro extremamente rentável. O nome científico do cacau é Theobroma cacao, o que significa ‘fruto dos deuses’. Isso reflete tanto no aspecto agrícola quanto no financeiro. Por meio desse programa, o Governo do Estado tem estimulado os produtores locais com a distribuição de mudas, assistência técnica, distribuição de adubos e a instalação de unidades demonstrativas”, explicou Eduardo. 

Na oportunidade, foram apresentados novas tecnologias e práticas de manejo do cacau, como irrigação, adubação e a aplicação foliar de soluções aditivas para melhorar a produtividade.Presente no Dia de Campo voltado ao cacau, José Manoel Nascimento dos Santos, produtor do assentamento Mangabeira, em Umbaúba, relatou que planta cacau há dois anos em uma área de aproximadamente 1,5 hectares. Segundo o produtor, o plantio tem sido muito positivo, com o apoio técnico da Emdagro.  

“Eu plantava sempre bananeiras e hortaliças por dentro da bananeira, e buscava alguma planta que pudesse se adaptar ali dentro, até que chegou o plantio do cacau. Com o apoio da Emdagro, tudo tem corrido perfeitamente. A expectativa é aumentar ainda mais a produção nos próximos anos. Eu espero que mais produtores se interessem e que o plantio continue crescendo”, finalizou o produtor que comercializa as amêndoas do cacau na Bahia.

Fonte: ASN

 

Última atualização: 30 de setembro de 2024 09:42.