Pecuária Mais Brasil transforma a vida de pequenos produtores em Sergipe

Programa já beneficia 107 produtores em 18 municípios do Estado

A realidade de pequenos pecuaristas em Sergipe vem sendo transformada através do Programa Pecuária Mais Brasil, que traz a tecnologia da Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF) para o campo. Um dos exemplos dessa transformação é a história de Eduardo Eleutério Andrade, pequeno produtor do povoado Saco do Tigre, no município de Lagarto. Com uma propriedade modesta, Eduardo conta com 20 cabeças de gado, e sua principal fonte de renda é o gado de corte.

Beneficiário do programa desde 2022, Eduardo viu sua produção ganhar um novo impulso com a inseminação artificial oferecida pelo programa. Em apenas dois anos, ele já colhe os frutos dessa tecnologia. Hoje, sete bezerros e bezerras da raça Nelore, com pouco mais de dois anos de idade, compõem seu rebanho, e para dezembro ele aguarda ansiosamente o nascimento de mais três bezerros, resultado da inseminação realizada este ano.

“Os materiais genéticos usados são de primeira qualidade. Basta olhar para a beleza dos meus novos animais para ver que o investimento vale a pena”, relata Eduardo, orgulhoso. Ele destaca que os novos animais têm mostrado um ganho de peso expressivo, o que significa maior produtividade e maior rotatividade no pasto. A meta de Eduardo agora é ambiciosa: ter um plantel de gado completamente puro sangue, algo que ele acredita ser possível com o apoio contínuo do programa.

Qualidade X Produtividade

A aposta em biotecnologia reprodutiva, por meio da IATF, tem permitido aos pequenos produtores não apenas aumentar seu rebanho, mas também elevar significativamente a qualidade dos animais. Essa melhoria genética, segundo especialistas, reflete diretamente em maior ganho de peso, maior produtividade e um ciclo de criação mais eficiente.

A Zootecnista da Emdagro, Diana Silva Maynard Garcez, uma das responsáveis pelo programa em Sergipe, destaca a importância do melhoramento genético para os pequenos produtores. “O melhoramento genético traz mais produtividade aos beneficiários. No caso dos produtores de leite, a inseminação artificial vai proporcionar um aumento no quantitativo de leite produzido. Já para os produtores de gado de corte, como é o caso de Eduardo, eles terão um bovino com ganho de peso superior em comparação aos animais que não são de touros selecionados”, explica.

Além de Eduardo, outro exemplo de sucesso vem do produtor Unaldo Boaventura dos Santos, do povoado Carro Quebrado, no município de Riachão do Dantas. Diferente de Eduardo, Unaldo trabalha com a produção leiteira, mas também foi beneficiado pelo programa e já comemora o nascimento de um bezerro saudável através do protocolo de inseminação. “Esse bezerro será um grande reprodutor no futuro”, afirma.

Impacto na pecuária sergipana

O Programa Pecuária Mais Brasil é uma iniciativa do Confederação Nacional dos Agricultores Familiares (Conafer) em parceria com o Governo de Sergipe, através da Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca, com execução da Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro), que busca melhorar a qualidade genética do rebanho leiteiro e de corte dos pequenos produtores. Com a implementação da IATF, já foram cadastradas e avaliadas 1.050 vacas em Sergipe, sendo 380 inseminadas, com um índice de prenhez superior a 38%, beneficiando diretamente 107 produtores rurais em 18 municípios.

Os produtores beneficiados, como Eduardo Eleutério e Unaldo, testemunham as vantagens da inseminação artificial. O protocolo da IATF, que exige visitas regulares de veterinários para avaliação das vacas e aplicação do hormônio para sincronização da ovulação, garante uma maior precisão no processo de inseminação, resultando em animais de alta qualidade genética.

Futuro Promissor

A história de Eduardo Eleutério é apenas um exemplo do impacto positivo que o Programa Pecuária Mais Brasil tem gerado entre pequenos pecuaristas em Sergipe. Para ele, a oportunidade de melhorar o rebanho e aumentar a produtividade é um divisor de águas. “Vou continuar no programa, porque minha meta é transformar minha propriedade em referência de qualidade”, afirma.

“Com o apoio do governo e a adesão de cada vez mais produtores, a pecuária sergipana avança em qualidade e competitividade, mostrando que pequenos produtores podem, sim, alcançar grandes resultados”, destacou Diana.

 

Seagri e suas empresas vinculadas participam dos jogos dos servidores

Os servidores públicos da Secretaria da Agricultura, Coderse, Emdagro e Pronese estão entre os cerca de 3.500 atletas que participarão dos Jogos dos Servidores Públicos. Na manhã desta quinta-feira, 24, foi realizado o Congresso Técnico para sorteio das chaves das modalidades coletivas das competições, cuja solenidade de abertura oficial será às 16h da próxima segunda-feira, 28, no Constâncio Vieira, em Aracaju.

A Seagri e suas empresas vinculadas participarão de quatro modalidades coletivas – vôlei masculino, futsal, queimado feminino e queimado masculino. O dia, hora e local dos jogos serão anunciados a cada segunda-feira. O primeiro jogo será na segunda-feira, 28, às 15h, entre Casa Civil e Polícia Militar, no Constâncio Vieira, antes da abertura oficial das competições.

A equipe da Agricultura está no grupo 8 (cor verde) e já tem adversário. No sorteio deste dia 24, ficaram definidas as seguintes chaves de confronto: Futsal da Seagri está na chave 1, na qual participam a PM, SSP, e Casa civil; no Queimado Feminino a Seagri vai disputar com a equipe da Sedurbi; no Queimado Masculino o confronto é com a Polícia Militar; já no Vôlei Masculino os atletas da Seagri vão confrontar com Saúde, Seduc e Sead.

Nas modalidades individuais, os sorteios ocorrerão no mesmo dia das competições. Os servidores da Seagri estão inscritos nas modalidades: dama, xadrez, dominó e beach tênis.

O servidor Ailton Coelho, lotado no setor financeiro da Secretaria da Agricultura, é o coordenador das equipes de atletas da Seagri. De acordo com Ailton, os Jogos dos servidores são importantes para promoverem integração com os colegas de outros órgãos. “É um momento de motivação para questões como saúde física e mental, como também para fazermos mais amizade com colegas de outras repartições. Eu, por exemplo, estava afastado das atividades de competição, e agora tenho uma motivação para retornar”, pontuou.

Ailton Coelho convida todos os servidores da Seagri para participarem da solenidade de abertura, que vai acontecer no próximo dia 28 de outubro. “Os servidores podem chegar mais cedo para assistir ao primeiro confronto no futsal, entre PM e Casa Civil, às 15h, em seguida haverá a abertura com desfile dos atletas, fala do governador e encerramento com show musical”, divulgou.

Por Ascom Seagri

Secretaria da Agricultura capacita mulheres quilombolas para implantação de hortas orgânicas

Atividade reuniu 70 agricultoras familiares dos municípios de Capela e Aquidabã atendidas pelo programa Ater Mulher

 

Mulheres agricultoras de comunidades quilombolas integrantes do programa Ater Mulher tiveram a oportunidade de participar, nesta quarta-feira, 23, de um curso sobre implantação de hortas orgânicas. A atividade, que se estendeu durante todo o dia, contou com orientações teóricas e práticas realizadas pela equipe do Governo de Sergipe, por meio da Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri), e operacionalizadas pela Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro). A atividade reuniu 70 agricultoras familiares dos municípios de Capela e Aquidabã.

Do município de Capela, participaram mulheres da Associação da Comunidade Remanescente de Quilombo Terra Dura e Coqueiral, e do município de Aquidabã, da Associação do Território dos Remanescentes do Quilombo Mocambo.

Uma das agricultoras contempladas foi Patrícia Freitas, da Associação da Comunidade Remanescente de Quilombo Terra Dura e Coqueiral. Segundo ela, o ‘Ater Mulher’ funciona na comunidade desde o início deste ano. “Já tínhamos um grupo formado por umas 50 mulheres que a gente, na época da pandemia, formou para cultivar horta, com a ajuda da comunidade de Patioba. Começamos a plantar no modelo de mandalas. Eles doaram as mudas, nós fizemos a irrigação. Foi muito bonito no início, mas tivemos problema com a escassez de água, e agora estamos resgatando, com a ajuda do programa ‘Ater Mulher’”, disse.

O coordenador do programa Ater Mulher em Sergipe, Mateus Cristóvão Santana Freire, indicou que a ação atende 630 beneficiárias em todo o estado, nos municípios de Indiaroba, Barra dos Coqueiros, Japaratuba, Capela, Canhoba e Aquidabã. Ele explica que o projeto  é fruto de parceria entre o Governo Federal e o Governo do Estado, por meio da Emdagro, e em parceria com o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) e da Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (Anater).

“O ‘Ater Mulher’ tem como objetivo trazer recursos e melhorias para as comunidades quilombolas. O nosso público de atendimento é exclusivamente de mulheres, e fazemos todo um trabalho de pesquisa, vendo o potencial de cada comunidade. Vai vir um recurso no valor de R$ 4,6 mil, que vai fomentar toda a produção da agricultura familiar, e diante disso estamos fazendo essa capacitação, promovendo cursos de empreendedorismo rural. As mulheres aprendem como investir, qual o procedimento a ser adotado com as técnicas apresentadas, para que elas possam ter sucesso na sua produção. Também fazemos o acompanhamento técnico com o pessoal dos escritórios locais da Emdagro”, detalhou.

A agricultora Maria Luciene Cunha Santos, de 40 anos, da comunidade Quilombola Mocambo, em Aquidabã, compartilhou sua empolgação por participar do curso e aprender novas técnicas de plantio. “É importante a gente receber esse pessoal que vem nos ensinar novas práticas, para melhorar nossa plantação. O nosso sonho é ter uma horta bonita, saudável, plantar para colher e vender nossos produtos, para termos uma renda para a gente”, destacou a produtora rural, que já planta milho, feijão e macaxeira e agora quer iniciar o plantio de hortaliças orgânicas, a fim de aumentar a renda familiar.

O instrutor do curso e agrônomo da Emdagro, Lucas Travassos Déda, é mestre em Agroecologia e especialista em horticultura, e explica sobre o conteúdo das orientações. “Estamos atualizando todo o conteúdo relativo às hortas, trazendo novas questões da horticultura para o público. Hoje o trabalho é para conscientizar sobre o plantio de hortaliças de forma orgânica. Então toda a adubação é feita com insumos que são permitidos para a produção de orgânicos, todas as caldas defensivas, que não agridem o meio ambiente e nem envenenam o aplicador da calda, tudo em prol da sustentabilidade do agroecossistema e saúde do agricultor”, apontou.

“Durante a parte prática, ensinamos desde a confecção dos canteiros até o plantio de mudas e sementes, e vamos ensinar também alguns tratos culturais, de como conduzir o tomate, por exemplo, que precisa de um sistema de condução para dar uma produtividade boa, a questão da adubação da terra, como fazer, como calcariar e a quantidade de adubo orgânico a ser colocado”, acrescenta o instrutor.

A produtora rural Maria Gréci de Santana Silveira, da Associação do Território dos Remanescentes do Quilombo Mocambo, em Aquidabã, foi outra participante que aprovou a experiência em sua comunidade. “A gente já tem essa prática da vida toda, de fazer o plantio sem uso do veneno, e aí através do projeto Dom Távora, em 2018, a gente conseguiu montar um grupo de mulheres para fazer o cultivo da horta. De lá para cá, a gente tem tentado manter o plantio sem uso do veneno, e tem dado muito certo. Hoje viemos aqui aprender novas técnicas, para podermos manter o nosso trabalho e os nossos planos de continuar cultivando a couve, alface, rúcula, cebolinha, pimentão, cheiro verde, o coentro, tudo de forma natural”, pontuou a representante da associação, que atualmente agrega mais de 130 famílias na localidade.

Técnicos da Emdagro participam de intercâmbio técnico na Ceplac sobre cacauicultura


No período de 15 a 18 de outubro, uma equipe composta por quatro técnicos da Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro) participa de um intercâmbio técnico na Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac), no município de Ilhéus, Bahia. O objetivo do intercâmbio é promover a capacitação dos profissionais sergipanos sobre o sistema de produção do cacaueiro, oferecendo tanto informações teóricas quanto práticas de campo.

O evento faz parte de um acordo de cooperação técnica firmado entre o Governo do Estado de Sergipe, por meio da Secretaria de Estado da Agricultura (Seagri) e da Emdagro, e a Ceplac. Este acordo visa à transferência de tecnologias para impulsionar a cacauicultura sergipana, abrangendo desde os sistemas de produção até o beneficiamento da amêndoa de cacau e seus subprodutos, como mel, polpa, nibs e chocolate artesanal.

A expansão da cultura do cacau em Sergipe tem sido uma prioridade do governo estadual, que, através da Seagri/Emdagro, vem distribuindo mudas e oferecendo assistência técnica para incentivar novos e atuais produtores. A capacitação dos técnicos da Emdagro é um passo fundamental para garantir o suporte técnico necessário à cadeia produtiva do cacau no estado.

Entre os temas abordados no intercâmbio, destacam-se técnicas como a enxertia em clones de alta produtividade, plantio de cacau a pleno sol, nutrição mineral, análise foliar, identificação de sintomas de deficiência nutricional, poda de formação e condução, controle de pragas e doenças, além de pós-colheita, com foco no processo de fermentação das amêndoas.

O engenheiro agrônomo Renato Correia de Figueiredo, um dos participantes do intercâmbio, ressaltou a importância dessa troca de conhecimentos: “Essa oportunidade de aprendizado na Ceplac nos permite aprimorar nossa atuação em campo, garantindo que possamos orientar os produtores sergipanos com as melhores práticas para o cultivo do cacau. O contato direto com especialistas e com os diferentes estágios do sistema de produção será essencial para o fortalecimento da cacauicultura em nosso estado.”

Os técnicos participantes do intercâmbio são Thiago Cerqueira de Souza, José Alisson Machado Santos, Renato Correia de Figueiredo e Raimundo dos Santos.

 

 

Sergipe avança com o Programa Ater Mulher e beneficia 630 trabalhadoras rurais

Programa leva assistência técnica e promove autonomia financeira com foco na agroecologia e sustentabilidade


Neste 15 de outubro, Dia Internacional da Mulher Rural, Sergipe celebra o avanço das políticas públicas voltadas para o empoderamento feminino no campo. Por meio da Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri), em parceria com a Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (Anater), o Governo do Estado vem implementando o Programa Ater Mulher, que tem como objetivo prestar assistência técnica e extensão rural específica para mulheres trabalhadoras rurais no estado.

O secretário de Estado da Agricultura, Zeca Ramos da Silva, disse que as ações do Ater Mulher revelam o comprometimento do governo e servem de exemplo e inspiração para outras atividades de apoio às mulheres do campo. “Essa ação reafirma o compromisso do Governo de Sergipe com a inclusão e a valorização das mulheres rurais, que desempenham um papel essencial na segurança alimentar e na economia local, e também com o desenvolvimento sustentável no campo e o fortalecimento da agricultura familiar. O testemunho positivo das comunidades mostra que esse programa deve ser replicado em outras comunidades”, destacou.

As ações, coordenadas pela Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro), incluem visitas técnicas, oficinas, dias de campo, rodas de conversa e capacitações. O foco é o desenvolvimento de sistemas produtivos agroecológicos e o manejo sustentável dos recursos naturais, além do apoio à organização de grupos produtivos de mulheres, facilitando o acesso dessas trabalhadoras ao Cadastro Nacional da Agricultura Familiar (CAF) e a políticas de crédito e comercialização. 

O Programa Ater Mulher, em Sergipe, também se destaca pelo foco na autonomia financeira e empoderamento das mulheres quilombolas, promovendo o trabalho coletivo e fortalecendo a inserção dessas trabalhadoras no mercado de maneira sustentável.

A iniciativa já finalizou o diagnóstico das agricultoras a serem atendidas. Estão sendo beneficiadas 148 mulheres na Barra dos Coqueiros, 108 em Canhoba e 224 em Japaratuba. Já no município de Boquim são 23 agricultoras atendidas, além de 60 trabalhadoras rurais de Aquidabã e 67 de Capela participam do programa.

Além da assistência técnica, essas 630 beneficiárias receberão um fomento no valor de R$ 4.600,00, disponibilizado pelo Governo Federal por meio do Ministério do Desenvolvimento Social (MDS), para apoiar a produção das mulheres quilombolas em situação de vulnerabilidade social. Esse recurso visa alavancar as atividades produtivas dessas trabalhadoras e será liberado via Bolsa Família ou Caixa Econômica Federal.

Os técnicos da Emdagro, junto aos credenciados, estão elaborando projetos produtivos e oferecendo assistência técnica durante todo o processo, garantindo que as trabalhadoras possam investir com segurança em suas produções. Suinocultura, artesanato, culinária, empreendedorismo, salão de beleza, pesca, fruticultura, mandioca, hortaliças, macaxeira, avicultura, vendas (comida, perfumes, roupas, etc), caprinocultura são algumas das atividades desenvolvidas pelas mulheres rurais selecionadas pelo Programa.

“O programa Ater Mulher é um marco para a agricultura familiar em Sergipe. Estamos oferecendo às mulheres rurais as ferramentas necessárias para seu desenvolvimento e autonomia, com foco em práticas agroecológicas e sustentabilidade. O impacto dessa ação vai além da produção agrícola, pois fortalece a economia e transforma a vida dessas mulheres, de suas famílias e de suas comunidades”, ressalta o Presidente da Emdagro, Gilson dos Anjos.

O coordenador do Ater Mulher da Emdagro, Matheus Cristóvão de Santana Freire, também destacou o progresso do programa. “Já realizamos diagnósticos e articulações com as organizações parceiras, selecionamos as 630 beneficiárias e inserimos suas documentações no sistema da Anater. Estamos agora na fase de elaboração dos projetos individuais e capacitação das trabalhadoras. Em breve, vamos disponibilizar os formulários de adesão ao fomento rural para que elas possam assinar e, assim, receber o recurso. Todo o processo de pagamento será feito via cartão do Bolsa Família ou em agências da Caixa Econômica Federal”.

 

Fiscalização educativa promove uso consciente de agrotóxicos nos municípios da região citrícola de Sergipe

Na ação, também é destacada a importância da destinação adequada das embalagens vazias para a preservação ambiental


A equipe da Coordenadoria de Insumos Agropecuários e Agrotóxicos da Emdagro realizou, nesta semana, uma ação de fiscalização educativa nos municípios de Cristinápolis e Arauá, com o objetivo de conscientizar produtores rurais sobre o uso adequado de agrotóxicos. A iniciativa, que integra uma rotina de trabalho da equipe, busca garantir a segurança alimentar, proteger a saúde dos trabalhadores rurais e promover a preservação ambiental.

As fiscalizações, que fazem parte de um esforço contínuo da Emdagro para sensibilizar os produtores, são fundamentais para assegurar que os agrotóxicos sejam utilizados de maneira correta e segura. Segundo Aglênia Araújo, Coordenadora de Insumos Agropecuários da Emdagro, a prioridade é orientar e educar os produtores. “Nosso foco não é a punição, mas sim a conscientização. No entanto, quando nos deparamos com situações graves, cumprimos o que estabelece a lei. Nesses casos, o produtor pode ser autuado, mas isso não significa que haverá necessariamente uma penalidade. A defesa apresentada é sempre analisada antes de qualquer decisão”, explicou.

A ação realizada nos municípios da região citrícola de Sergipe, que incluiu visitas a Cristinápolis, Arauá, Itabaianinha, Santa Luzia, Salgado, Umbaúba e Tomar do Geru, é parte de um esforço mais amplo que se estenderá por todo o mês de outubro. O objetivo é promover a sensibilização dos produtores sobre a importância do uso correto dos agrotóxicos para garantir que alimentos livres de resíduos químicos cheguem à mesa do consumidor, preservar a biodiversidade e proteger a saúde dos trabalhadores rurais.

Outro ponto abordado durante as fiscalizações é a destinação correta das embalagens vazias de agrotóxicos, uma questão crucial para a preservação ambiental. “Orientamos todos os produtores, autuados ou não, sobre a correta devolução das embalagens vazias e a importância da destinação adequada. A preservação do meio ambiente é um compromisso que precisamos assumir de forma responsável”, destacou Aparecida Andrade, Diretora de Defesa Animal e Vegetal da Emdagro.

As fiscalizações são iniciadas com base em indícios de irregularidades identificados por meio do Sistema Integrado de Gestão de Agrotóxicos (SIAGRO). A partir desses indícios, as equipes se dirigem às propriedades suspeitas para averiguar a situação. Muitas vezes, a identificação de um único problema pode desencadear uma série de fiscalizações em diferentes propriedades ou estabelecimentos comerciais.

“A ação da Emdagro reforça o compromisso com a segurança alimentar e a sustentabilidade, promovendo uma agricultura responsável e consciente em Sergipe”, reforçou a Diretora.

Sergipe se destaca como 2º maior fornecedor de laranja para Ceasas do Brasil

Avanço no desempenho da citricultura sergipana está diretamente ligado ao apoio do Governo do Estado, por meio da Seagri e Emdagro


A produção citrícola sergipana vive um momento de destaque, com o estado como o 2º maior fornecedor de laranjas para as Centrais de Abastecimento (Ceasas) de todo país. Em agosto de 2024, Sergipe enviou 5,8 mil toneladas da fruta para esses centros de distribuição. Os números, divulgados pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), ressaltam a importância do estado no abastecimento de frutas, posicionando Sergipe entre importantes produtores agrícolas, desempenho que, aos poucos, tem devolvido ao estado os bons resultados dos tempos áureos da citricultura em pomares sergipanos.  

Os dados foram trazidos no Boletim Hortigranjeiro Nº 09, Volume 10, do Programa Brasileiro de Modernização do Mercado Hortigranjeiro (Prohort), que analisa a comercialização exercida nos entrepostos públicos de hortigranjeiros, que representam um dos principais canais de escoamento de produtos in natura do país. Ainda segundo o boletim, o cinturão citrícola forneceu 35,9 mil toneladas para as Ceasas em agosto, e Boquim, em Sergipe, foi apontado como a 2ª maior microrregião produtora individualmente que forneceu laranja para as Ceasas, com 5 mil toneladas, seguida por regiões goianas, baianas, mineiras e fluminenses, com 4 mil, 3,58 mil, 3,48 mil e 1,28 mil toneladas, respectivamente.

De acordo com a gerente de Produtos Hortigranjeiros da Conab, Juliana Torres, Sergipe é um grande produtor de laranja tanto para consumo no atacado e varejo como para exportação, sendo o suco de laranja um dos principais produtos da pauta de exportação do estado. “Sergipe se destaca no abastecimento de laranja às principais centrais atacadistas brasileiras, sendo que no mês passado foi o segundo estado com maior fornecimento. A microrregião de Boquim geralmente é a 2ª microrregião brasileira que mais fornece laranjas para as Ceasas. Em setembro, o volume chegou a 5,2 mil toneladas. Os envios têm como principal destino a Ceasa/PE – Recife e a Ceasa/ES – Vitória. Esses dados mostram a importância da produção sergipana no abastecimento nacional de laranja, produto que está com a demanda aquecida”, declarou.

Apoio que faz a diferença

O desempenho da citricultura em Sergipe está diretamente ligado ao apoio da Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri) e da Empresa de Desenvolvimento Agropecuário (Emdagro), que têm fornecido assistência técnica aos pequenos produtores. Além disso, a alta nos preços da laranja, que chegou a R$ 2.400 por tonelada em 2024, está impulsionando a produção voltada ao abastecimento das Ceasas. Com a expectativa de que o preço atinja R$ 3 mil até o final do ano, muitos produtores estão reativando seus pomares.

De acordo com o chefe do escritório da Emdagro de Boquim, Joetôneo Ferreira Neves, conhecido como Ferreira, essa valorização está diretamente ligada à crise citrícola nos Estados Unidos, onde a doença ‘greening’ tem dizimado pomares na Califórnia, que já foi um dos maiores produtores de laranja do mundo.

Ferreira destacou que o aumento no preço da laranja foi o estímulo que muitos produtores precisavam para voltar a investir. “Há três anos, a tonelada era vendida a apenas R$ 400, e muitos desistiram. Mas, com a alta recente, os pomares estão sendo reativados, e o otimismo voltou. Com essa queda na produção americana, eles estão buscando a laranja brasileira, aquecendo o mercado global. Como maior consumidor de suco de laranja, os Estados Unidos aumentaram suas importações, o que está gerando um efeito em cadeia, o que tem favorecido, também, o abastecimento interno”, explicou.

Esse cenário reflete diretamente nas Ceasas, onde a demanda por laranjas sergipanas tem sido constante e crescente. O representante da Emdagro conta que, com a produção de laranja voltada para o consumo interno aquecida, muitos produtores estão aproveitando o bom momento para direcionar parte de suas colheitas para esses centros de distribuição. Antes, a estimativa era de mil produtores em Boquim. Hoje, é um pouco menor porque muitos saíram da atividade em função da idade e mudaram de cultura. “Porém muitas dessas áreas que foram arrendadas que estavam produzindo mandioca e milho estão voltando para citricultura por conta do bom momento da produção da laranja no estado. Então, Sergipe está em crescimento na produção do estado, especialmente a região de Boquim, que foi o berço no estado”, relatou Ferreira.

Pomares saudáveis

Apesar da crise que afeta outros estados produtores de laranja, como São Paulo e Minas Gerais, devido à praga do greening, Sergipe se destaca com uma perspectiva de crescimento na citricultura. Um dos fatores que diferencia a produção local é a sanidade dos pomares, garantida pelo rigoroso controle sanitário realizado pela Emdagro, que impede a entrada de doenças. Além disso, o estado mantém viveiros telados para a produção de mudas saudáveis, o que contribui para a resiliência da citricultura sergipana.

Em 2023, Sergipe se consolidou como o 5º maior produtor de laranja do Brasil e o 2º do Nordeste, com uma produção de 382 mil toneladas. Esse resultado é fruto de uma área colhida de 31 mil hectares, com um rendimento médio de 14 mil kg/ha. A produção é concentrada em 14 municípios das regiões sul e centro-sul, com destaque para Cristinápolis e Itabaianinha, segundo dados do IBGE. 

Produtores de Boquim

Boquim, tradicional polo citrícola de Sergipe, desempenha um papel essencial no fornecimento de laranja. José Hunaldo Andrade é produtor da região. Oriundo da região de Tobias Barreto, o agricultor relatou que se transferiu para a região de Boquim há 24 anos, atraído pelos bons resultados da produção da laranja na época.

“Nos últimos anos, vimos uma mudança significativa no foco da produção. Antes, boa parte da laranja ia para a indústria de suco. Hoje, estamos priorizando o abastecimento das Ceasas, que têm uma demanda crescente por laranjas de mesa”, comentou José Hunaldo, que cultiva 35 hectares de laranja.

Ele também detalhou o ciclo de colheita, que ocorre três vezes ao ano, com a devida assistência técnica promovida pela Emdagro, o que garante o bom manejo da plantação. De acordo com o produtor, a colheita é feita em parceria com atravessadores, que compram o produto ainda no campo. A laranja de melhor qualidade vai para o comércio, especialmente para o Ceasa de Itabaiana e de Aracaju, e a outra parte é destinada à indústria.

O produtor enfatizou que o apoio da Emdagro tem sido crucial para garantir que os agricultores locais possam atender a demanda com qualidade. “A assistência técnica nos ajuda a produzir uma laranja de melhor qualidade, que atende ao mercado consumidor. Isso nos possibilita negociar melhores preços e garantir o sustento de nossas famílias”, afirmou.

O citricultor contou que muitos pequenos proprietários não conseguiram manter suas plantações. “Muitos desistiram, abandonaram os sítios ou migraram para o milho e mandioca. Mas quem persistiu hoje colhe os frutos. Graças ao incentivo e à orientação técnica da Emdagro, com foco no combate às pragas e no preparo do solo, estamos bastante satisfeitos. A produção de laranja está boa e estamos quase alcançando a independência financeira”, frisou.

Adilson Souza Santos, 52 anos, é um dos trabalhadores rurais que realizam a colheita da laranja na propriedade de José Hunaldo Andrade. Para ele, o crescimento da produção da laranja é importante porque interfere no seu sustento e da sua família. “É gratificante, porque aqui tiro o sustento da minha família e ainda tem 12 trabalhadores que também trabalham comigo”. Ele explicou que o trabalho é concentrado principalmente no período de colheita. “Agora no mês de novembro a colheita está quase no final. Depois vamos passar uns dois meses sem trabalhar, e o que vai nos manter é o benefício do Mão Amiga Laranja”, contou, referindo-se ao benefício do Governo do Estado que dá apoio aos trabalhadores rurais da citricultura durante a entressafra.  

Assistência

O sucesso de Sergipe no fornecimento de laranja para as Ceasas não seria possível sem o trabalho desempenhado pelo Governo do Estado, por meio da Emdagro.  O chefe da unidade regional da Emdagro em Boquim, Luiz Fernandes de Oliveira Silva, ressaltou que a assistência técnica tem sido essencial para melhorar a produtividade e garantir que a produção local possa atender às exigências do mercado consumidor. “Temos ajudado os produtores a melhorar o manejo de suas lavouras, controlar pragas e doenças, e utilizar técnicas modernas que aumentam a produtividade e a qualidade da fruta”, explicou.

Um ponto de destaque é o controle rigoroso do greening, também conhecido como Huanglongbing (HLB), doença que afeta gravemente pomares em outros países, feito pelo trabalho de vigilância e controle da Diretoria de Defesa Animal e Vegetal  Emdagro. “Nós monitoramos constantemente as fronteiras do estado e controlamos a entrada de mudas de outros lugares para evitar a introdução de doenças. Esse cuidado tem sido fundamental para garantir a saúde dos nossos pomares e a competitividade da nossa laranja no mercado”, disse Luiz Fernandes.

Perspectivas

O Programa de Citricultura Sustentável, do Governo Estadual, tem impulsionado ainda mais a produção, com ações como a distribuição de 210 mil borbulhas de citros e a implantação de viveiros que produzirão cerca de 300 mil sementes de variedades mais resistentes. Além disso, campanhas contra a compra de mudas clandestinas e o uso de novas tecnologias, como a fibra de coco para produção de substrato, têm ajudado a reduzir custos e aumentar a produtividade. Esses incentivos, aliados ao bom momento do mercado, têm motivado os produtores a reinvestir na citricultura, reativando pomares e expandindo suas áreas de cultivo.

“Sergipe já foi o 2º maior produtor de laranja. Estamos em 5º no momento, e a perspectiva é muito positiva. Muitos citricultores estão se sentido estimulados com esse momento bom na citricultura. O pessoal está reinvestindo, está acreditando, vendo que a tendência do mercado é crescer”, declarou Luiz Fernandes.

Um desses agricultores é Manoel Álvares Nascimento, de 66 anos, morador do povoado Meia Légua, em Boquim. Produtor de laranja há 22 anos, Manoel explicou que possui uma plantação de seis tarefas de terra e que o bom momento de valorização do produto tem estimulado a expansão da plantação. Manoel admitiu que não investiu no sítio como deveria e se arrependeu. “Se tivesse acreditado na produção, teria colhido mais. Agora, estou otimista e já comecei a adubar o terreno, com a expectativa de melhores resultados no futuro”, disse, ao reforçar a importância da assistência técnica. “Se tivesse que pagar por esse serviço, seria muito caro. Aqui, o pessoal da Emdagro vem e ajuda sem custo. Isso faz toda a diferença”, apontou.

ASN

 

 

Lagarto dá exemplo no recolhimento de embalagens de agrotóxicos com apoio da Emdagro

Em 2024 foram recolhidas 50 toneladas até o final de setembro, evidenciando cuidado com o meio ambiente


Produtores e empresas revendedoras de produtos agropecuários no município de Lagarto deram importante exemplo de cuidado com a saúde e com o meio ambiente, ao realizarem o recolhimento de 4,5 toneladas de embalagens de agrotóxicos. A ação foi realizada nesta quarta-feira, 9, na praça do Tanque Grande, com apoio da Associação dos Revendedores de Produtos Agropecuários do Estado de Sergipe (Ardase). A próxima ação será em 5 de novembro na sede da Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro), no município de Boquim.

Dados recentes da Emdagro destacam avanços no manejo adequado dessas embalagens em Sergipe. Em 2023, foram destinadas de forma ambientalmente adequada 58 toneladas de embalagens vazias de agrotóxicos, e em 2024 até o momento já foram recebidas 50 toneladas, evidenciando um esforço contínuo nesse sentido.

O secretário de Estado da Agricultura, Zeca da Silva, destacou a iniciativa das empresas revendedoras e produtores nesta ação. “Parabenizamos todos os envolvidos neste trabalho, especialmente as empresas por meio da Ardase, pela importância da destinação correta dessas embalagens que contribui para preservação do meio ambiente e da saúde humana. A conscientização dos agricultores, aliada ao apoio das prefeituras e das empresas revendedoras em parceria com o Governo é essencial para o sucesso das iniciativas de coleta e manejo adequado dessas embalagens em Sergipe”, pontuou o secretário.

Já a representante da Ardase, Marivania Félix, lembrou que a ação em Lagarto foi a maior em recolhimento de embalagens dentro do trabalho itinerante realizado nos municípios: “O objetivo é a conscientização ambiental do produtor rural e facilitar o acesso do produtor quanto à devolução das embalagens, dando um destino ambientalmente adequado às embalagens”.

Segundo ela, até o momento foram 29 ações em todo o Estado, focando nos municípios de maior abrangência agrícola. “Estamos principalmente em povoados de agricultura familiar, onde além de recebimentos itinerantes de embalagens, são levadas informações técnicas sobre as boas práticas no campo, a importância do uso do equipamento de proteção individual (EPI) nos manuseios e aplicação dos defensivos, além da observância à receita agronômica e cuidado com o meio ambiente”, afirmou.

Após os recebimentos das embalagens nessas ações, as mesmas são transportadas até a central de recebimento da Ardase, que fica na zona rural de Ribeirópolis. Lá elas são classificadas, separadas, prensadas e destinadas para recicladoras, legalmente habilitadas para receber esses tipos de materiais.

“A participação das empresas revendedoras dos produtos é muito positiva. Elas participam ativamente na mobilização dos clientes, o que contribui muito para a presença dos produtores nas ações. Também ajuda muito na logística, uma vez que disponibilizam transporte adequado para esses tipos de resíduos; incentivam a ação, doando brindes como EPIs, que são sorteados para os produtores e ajudam a disseminar as boas práticas no campo”, explicou Marivania.

A representante da Ardase ressaltou ainda a importância e apoio da Emdagro para o sucesso dessas ações, principalmente com a implementação de tecnologias que facilitam o rastreio das embalagens. “Sem sombra de dúvida, os resultados que estamos tendo se devem ao Sistema de Rastreabilidade implantado pela Emdagro, e às ações da Ardase no campo, que quintuplicaram nos últimos anos”, comemorou.

Seagri

 

Mapeamento da produção orgânica em Sergipe segue até 18 de outubro

Processo é feito pela Seduc, em parceria com a Emdagro, e servirá como base para edital de alimentos saudáveis nas escola

 


O estado de Sergipe está passando por uma importante etapa de organização e fortalecimento da agricultura familiar orgânica. Desde o último dia 30 de setembro, a Secretaria de Estado da Educação (Seduc), em parceria com a Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro), deu início ao mapeamento da produção de alimentos orgânicos no estado. Esse levantamento servirá de base para a elaboração do próximo edital de chamamento público, voltado à compra de alimentos da agricultura familiar através do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE).

O processo de cadastramento dos agricultores interessados vai até o dia 18 de outubro. Produtores podem inserir suas informações sobre a oferta de produtos orgânicos de forma individual ou coletiva, desde que possuam o Cadastro da Agricultura Familiar (CAF) e Certificados de Produção Orgânica, seja por OCS – Organização de Controle Social; ou SPG – Sistema de Garantia da Produção ou Auditoria. Essa ação visa garantir que as escolas públicas tenham acesso a alimentos mais saudáveis e de qualidade, cultivados com respeito ao meio ambiente e livres de agroquímicos.

O coordenador de Agroecologia da Emdagro, Waltenis Braga, destacou o papel da instituição na promoção da agricultura orgânica no estado. Segundo Braga, a Emdagro tem investido fortemente nesse segmento. “A criação da Coordenadoria de Agroecologia foi um marco para nós, pois ampliou o apoio técnico e o incentivo aos agricultores orgânicos. Além disso, o Programa de Desenvolvimento Territorial (Prodeter), para produtos orgânicos, também reforça essa linha de atuação, possibilitando que esses produtores tenham mais acesso às políticas de crédito rural, oportunidades de mercado e se integrem melhor às cadeias de maior valor agregado. Estamos, inclusive, buscando outras cadeias internacionais como o PAA e Doação Simultânea através da Conab”, pontuou.

O evento de mapeamento tem contado com o apoio de diversas organizações e entidades parceiras, como a Rede Plantar para a Vida, o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), o Banco do Nordeste e o Conselho de Produção Orgânica de Sergipe (CPORG-SE). Juntas, essas instituições estão alinhando esforços para garantir que o mapeamento seja o mais abrangente possível, visando atender as demandas das escolas e valorizar o trabalho dos agricultores familiares.

A expectativa é que com o encerramento do processo de mapeamento, o novo edital de chamamento público do PNAE seja lançado, contemplando a compra de alimentos frescos e agroecológicos. “Essa parceria entre Seduc e Emdagro é essencial para fortalecer a produção orgânica e garantir que nossas crianças recebam alimentos de qualidade”, completou Waltenis Braga.

O mapeamento segue até o dia 18 de outubro, e os agricultores interessados podem se cadastrar por meio de um formulário online, por meio deste link. Isso garante a participação nesse importante processo de inclusão e fortalecimento da agricultura orgânica em Sergipe.

Emdagro desenvolve pesquisa pioneira para controle biológico do moleque-da-bananeira

Resultados do estudo podem beneficiar mais de 2.200 produtores de banana registrados em Sergipe

 


O Governo do Estado, por meio da Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro), está desenvolvendo uma pesquisa pioneira para controle biológico do moleque-da-bananeira, inseto de hábito noturno que ataca o rizoma da planta, causando graves danos à cultura e elevando os custos de produção. O controle é estudado há um ano, após demanda de um pequeno produtor do município de Malhador, no agreste sergipano.

Os resultados das descobertas sobre o moleque-da-bananeira podem beneficiar os mais de 2.200 produtores registrados em Sergipe, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O estudo é realizado pelo pesquisador da Emdagro e doutor em Entomologia Agrícola, Marcelo Mendonça, e pelo mestrando em Biotecnologia Industrial, Lucas Barboza.

O produtor José Firmino de Oliveira, mais conhecido como Zé de Rufino, de 74 anos, procurou o pesquisador Marcelo Mendonça durante um curso ministrado em Itabaiana sobre métodos de controle biológico de pragas. Na pequena propriedade de quatro hectares, Rufino produz banana, entre outras culturas, todas em sistema orgânico. Há alguns anos, ele notou que as bananeiras tombavam, mas não havia nenhuma marca aparente que denunciasse o problema. “O moleque-da-bananeira ataca por dentro. É um animal de hábito noturno, que se abriga da luz do dia. As larvas abrem galerias nos rizomas, alimentando-se dos tecidos da planta. Por isso seu Rufino não via nada por fora”, detalhou o Dr. Marcelo Mendonça.

Seu Zé Rufino conta que a praga existe desde quando existe bananeira, não só em Sergipe, mas no Brasil, só que nunca havia procurado uma maneira de combatê-la ou um defensivo para diminuir sua incidência. “Conheci o doutor Marcelo há dois anos e ele está nos apoiando, trabalhando com uma forma de controle para essa praga. Perdi cerca de 30% da produção, mas, desde que começamos, já notei que o número de bananeiras caídas diminuiu”, disse o produtor. A expectativa dele agora é que, daqui a um ano, não haja mais a presença da praga na propriedade em que produz e vive com a família.

O controle de pragas da bananeira tem sido um desafio para os pesquisadores, porque os métodos convencionais, a partir de agroquímicos, demonstram baixa efetividade, além de causar danos com a poluição do ambiente e de animais benéficos. Para suprir essa necessidade, técnicas de controle biológico com fungos entomopatogênicos (que parasitam insetos) e outros grupos de microrganismos podem ser utilizadas. “O problema no pomar de seu Rufino foi um intenso ataque de Cosmopolites sordidus, mais conhecido como moleque-da-bananeira”, identificou o pesquisador.

Segundo ele, a pesquisa é desenvolvida em parceria com o próprio produtor, uma vez que são feitas visitas constantes à propriedade para coleta de insetos, utilizados nos trabalhos em laboratório e casa de vegetação. Este último local é onde são feitos os testes para verificar quais métodos de aplicação do fungo é mais efetivo, para só então aplicá-lo no pomar do produtor.

Em comparação a outros métodos de controle, o uso de organismos biológicos é considerado mais vantajoso, por não causar impacto ao meio ambiente e a intoxicação do produtor e de consumidores da banana, além de poder ser aplicado em sistema de cultivo orgânico, onde não podem ser utilizados agrotóxicos.

Pesquisa

Marcelo Mendonça é pesquisador há 20 anos da Emdagro e desenvolve uma linha de pesquisa em entomologia, ciência que estuda os insetos e suas relações com o meio ambiente. “Desenvolvemos trabalhos na área de controle biológico de insetos pragas. A ideia é que a gente leve para o produtor algo que não seja tão danoso, como são os inseticidas químicos. A tendência mundial hoje é de crescimento do uso dos métodos biológicos para o manejo das diversas culturas agrícolas”, disse o pesquisador, ao informar que foram testados isolados de fungos entomopatogênicos nativos do estado de Sergipe, dos gêneros Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae.

O laboratório da Emdagro conta com um banco de fungos formado ao longo de 15 anos de pesquisa. “Utilizamos esse banco para selecionar isolados de fungos entomopatogênicos que possam ser utilizados para diferentes tipos de pragas”. Na primeira etapa da pesquisa, os insetos foram coletados na propriedade do produtor e levados ao laboratório, porque a pesquisa precisa de um ambiente controlado para atingir resultados confiáveis. Lá foram realizados experimentos onde foram observadas as infecções desses fungos nos insetos. Foram selecionados aqueles que apresentaram a maior efetividade no controle da praga.

Na segunda etapa, os pesquisadores buscam entender qual é a concentração do fungo necessária para utilizar no controle da praga. A partir daí é avaliado o método de aplicação do fungo no campo, se direto na planta ou se via isca atrativa. Testadas as formas de aplicação, o estudo pode ser levado com segurança à propriedade do produtor, onde serão avaliados.

Isca

A isca é geralmente feita de duas formas. Uma é o tipo telha, quando o pseudocaule da bananeira é dividido em pedaços de 30 centímetros e distribuído na área. Esses pedaços entram em processo de fermentação, que libera um odor atrativo ao inseto. Outro tipo, com o mesmo efeito da isca telha, é o corte do pseudocaule da bananeira que seria eliminado. Deixado entreaberto, o caule cortado dá o mesmo efeito do telha, porque o odor atrai o inseto e o produtor pode catar esses insetos e matá-los fora do pomar. É uma forma de controle da população.

A aplicação do fungo nas iscas também tem modelos diferenciados. Uma delas é por mergulho do pseudocaule na suspensão do fungo. Outro modo é aplicar ao redor da planta, como uma rega. Outro método que será testado é iniciar um plantio só com mudas de banana com os rizomas embebidos da suspensão do fungo.

Texto/Foto: Agência Sergipe de Notícias (ASN)

 

Última atualização: 15 de outubro de 2024 09:06.