Agricultores familiares participam de dia de campo sobre produção orgânica

“Hoje é um dia com uma perspectiva melhor para a lavoura, porque a gente aprendeu mais, com maior possibilidade de recursos para melhorar a nossa agricultura, por isso, pretendo mudar e fazer a transição do meu plantio convencional para o agroecológico, porque é proveitoso, gratificante e lucrativo”, essa foi a tomada de consciência do agricultor familiar José Barreto, do Povoado Capunga, Município de Moita Bonita ao participar do Dia de Campo sobre agroecologia, manejo de água e solo e irrigação, ocorrido na manhã dos dias 18 e 19, no Centro de Difusão Tecnológicas da Emdagro, município de Itabaiana.
As práticas a presentadas fizeram parte da última etapa da capacitação de agricultores familiares beneficiados pelo Programa Águas de Sergipe, desenvolvido pelo Governo do Estado, através da Emdagro, por meio da empresa contratada Água e Solo, que capacitou nos seis mês de programa 1200 agricultores familiares dos municípios de Moita Bonita, Itabaiana, Campo do Brito, Areia Branca, Malhador e Ribeirópolis. “Os agricultores foram capacitados em suas localidades e, hoje, cominou com o dia de campo, onde foi possível apresentar tecnologias que despertassem nos agricultores o desejo de mudança na forma de plantio do convencional para o agroecológico”, destacou o Chefe do Escritório Local da Emdagro, Waltenis Braga.
Segundo ele, trabalhar com agroecologia não é fácil, pois requer uma mudança de comportamento do próprio, em que ele deve rever alguns conceitos como sua forma de trabalhar, de pensar a natureza, de respeitar o consumidor e o meio ambiente. “A gente sabe que essa preparação é de médio e longo prazo, não é de imediato, mas a gente acredita que a população está demandando consumir um produto de qualidade e os espaços estão aparecendo para que o produtor possa produzir um produto mais saudável e menos prejudicial ao meio ambiente e à sua própria saúde”, disse Waltenis.
“O produtor sai daqui com a certeza de que é possível explorar a terra sem usar venenos, sem usar adubos químicos. Então esse dia de campo é uma grande vitrine onde não só para o produtor, mas também estudantes e técnicos, pois é um grande intercâmbio de conhecimentos e troca de saberes para a consolidação da agricultura agroecológica no Estado de Sergipe”, frisou o técnico.
Para o coordenador das capacitações, Lauro Bassi, da empresa contratada Água e Solo, a mudança no ser humano é extremamente difícil de conseguir. “Por isso que a gente precisa mostrar caminhos diferentes para o agricultor e ver aquele que menos degrade os recursos naturais, pois a consciência muda com a capacitação, com o aprendizado, mas ela muda de fato quando os agricultores começam a experimentar uma nova realidade.
A agricultora Cleíldes Nunes de Souza, de Moita Bonita, não escondeu sua satisfação em ter participado de todo o processo de capacitação da Emdagro. “Pude tirar minhas dúvidas de como plantar, como conservar a plantação, como economizar mais a água, o manejo do solo que é bem diferente de como eu costumo plantar. Gostei muito de tudo o que vi aqui e sei que a transição (do convencional para o agroecológico) dá um pouco de trabalho, mas também recompensa”, avaliou ela.
Metodologias
Segundo o coordenador Lauro Bassi o projeto de capacitação ocorreu de várias metodologias diferentes. “A primeira etapa que envolveu um número maior de agricultores foram os cursos teóricos e práticos, além de oficinas que realizamos nas comunidades. No ano passado, nos meses de outubro e novembro, aconteceram dois dias de campo e agora a gente está fechando com mais dois Além disso, foram realizados 5 campanhas de coletas de lixo e 5 campanhas de plantio de árvores em diferentes comunidades, o que envolveu estudantes e adultos. Tivemos também intercâmbios, onde levamos grupos de agricultores em propriedades que se destacaram dentro dos temas tratados, quais sejam, a conservação da água e do solo, agroecologia e irrigação.
Para o coordenador, a avaliação que faz de todo o processo de capacitação é positiva. “Faço é uma avaliação altamente positiva do ponto de vista da participação dos agricultores, porque conseguimos gerar neles o interesse, que até então não tinham, de fazer a transição do plantio convencional para o agroecológico. Do ponto de vista dos técnicos da Emdagro, com essa nova consciência por parte dos agricultores, conseguimos gerar demandas que podem servir como insumos para a Emdagro ter depois um grupo mais preparado para continuar com a assistência técnica, especialmente, junto àqueles agricultores que demonstraram interesse em mudar suas propriedades para fazer uma agricultura mais conservacionista e menos prejudicial à saúde e meio ambiente”.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Parceiros:

Última atualização: 27 de março de 2019 08:27.